terça-feira, 15 de novembro de 2011

Os Ipês continuam nos surpreendendo! Willton!




ABENÇOADOS SEJAM OS IPÊS...

Sempre olhei os ipês de forma desconfiada.
Ainda menino, incrédulo,
eu sorria sem entender o enigma por trás dos ipês floridos.
Estava certo de que traziam mensagens...
E tinha convicção de que os entenderia com a maturidade.
Conjecturas formavam-se conforme os anos corriam
E sulcos rasgavam minha testa,
cada vez que encontrava uma afirmativa para tantas cores
a bordar os caminhos da minha vida.
Brancos pacificamente em luto,
Amarelos ardendo em rubras febres de fervor,
Roxos misteriosos em transmutações mentais cíclicas,
Rosas em ternura de perdão inocente.
E todas as persuasões correram nas águas pluviais
de  cada estação da minha  vida.
A incerteza da conotação dos ipês, hoje, me impulsiona
no agradecimento de poder vê-los
bordando os caminhos por onde passo.
Qualquer que seja a indumentária apoteótica dos ipês,
ainda os trarei nas alegrias do cotidiano.
Percebê-los, mesmo sem compreendê-los
é uma das fatias da grande festa que o Universo prepara
para minha existência feliz e agradecida.
Abençoados sejam os incompreendidos ipês,
que traduzem o meu eu-lírico tão plural.

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