Garoto de 12 anos nas
vésperas de completar os 13 anos, no final da tarde(10-01-13), perde a vida em
acidente anunciado, ao tentar pegar
“rabeira” no ônibus perto da casa de sua avó.
(..."A roda passou por cima da cabeça dele. Aí, o outro saiu correndo", conta um garoto, de 15 anos.
O Corpo de Bombeiros foi acionado. No entanto, quando a corporação chegou ao local, constatou a morte do adolescente. A avó de João Victor Fernandes que faz aniversário hoje, foi avisada do acidente. Quando chegou ao local, policiais pediram para que ela ligasse para o celular do menino para identificá-lo. Quando o celular tocou, junto ao corpo do garoto, a avó entrou em pânico.
"Meu neto, não é possível. Que Deus nos ajude", gritava. Ela foi amparada por funcionários de uma farmácia próxima ao local.") Fonte:- http://www.jornalacidade.com.br/editorias/cidades/2013/01/10/menino-pega-rabeira-e-morre-atropelado-por-onibus.html
Nos tempos das ‘cintas e
chineladas’, meu irmão, então garoto nesta mesma faixa de idade, levou uma
surra de cinta de meu pai, quando um conhecido o avisou, ter visto o garoto ‘pegar
rabeira’ num caminhão, dentro do perímetro urbano da cidade, no interior de Minas Gerais, onde
morávamos.Nunca mais nem ele nem os outros se aventuraram nesta perigosa
brincadeira.
Não que eu seja a favor da
violência na educação dos filhos, mas fico a pensar, nos fatores que mudaram,
com a evolução natural da sociedade, e das perdas que as famílias tiveram,
deixando como herança, um enorme sentimento
de impotência quanto a autoridade dos pais sobre suas proles.
Fui educada com muitas
conversas, (conselhos), e algumas lambadas, como medidas de contenção. Porém,
isso só acontecia em casos extremos, quando todas as outras medidas
mostravam-se ineficazes; quando a desobediência, e a não observância das
regras colocava nossa segurança em risco. Fui testemunha de quantas vezes, um
castigo físico impediram a mim e a meus irmãos de perderem a própria vida nas
inúmeras aventuras programadas, como brincadeiras em águas grandes, como rios e
lagoas formadas em depressões geológicas, pelas cercanias de onde vivíamos.Meus
pais, tinham por norma, falar claramente, sobre seus ‘nãos!’,dos riscos e consequências; e tinham como regra
repetir por mais duas vezes, sempre usando outras formas de abordagens, para
que pudéssemos compreender do que falavam, e sempre no final repetiam:
“Entendeu fulano¿ ficou alguma dúvida¿ Quer perguntar alguma coisa¿
Claro também, que vi, muitas
violência cometidas de formas bestial, como rotina educativa, como por exemplo,
surrar um filho ou filha, por horas a fio, ou outros castigos, que nem ouso
citar aqui.
Violencia educativas, tão
questionada ao ponto de gerarem leis, para barrar exageros contra a infância, e
que acolho certamente.
Mas a cada evento triste e
irreparável como a morte de uma criança ou de um adolescente, nos traz
questionamentos que nos levam de volta ao passado, onde com apenas um olhar
silencioso, era possível aos pais, garantir a obediência dos filhos. Olhar que
na verdade diziam muito mais que palavras; Diziam: _“Eu te amo, e por isso mesmo
preciso que você observe as regras de disciplinas existente entre nós!”
.
Uma época onde um 'NÃO', de um
pai ou mãe, tinha uma sonoridade de tamanha autoridade, que insistir poderia
ser um risco, e não apenas um risco de levar uns tabefes, ou ganhar um castigo, mas de magoar
a quem deveríamos devotar respeito e consideração; Me lembro claramente, de o
quanto essa ideia mexia com o meu psicológico;
Não era medo de surra, ou de castigo, mas medo de causar mágoa aos pais; Enfim,
havia uma certa facilidade em educar, em colocar limites às crianças, uma certa
psicologia as antigas e que hoje não funcionam de jeito nenhum.
Claro que concordo com todas
as ferramentas existentes hoje em defesa dos DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, visto serem elas
hoje, órgãos competentes e capazes de
conter os excessos, o desrespeito,as inúmeras formas de violências, contra os
pequenos. Porém, em alguns fatores, definitivamente, o sentimento que fica é
que ‘JOGARAM A CRIANÇA FORA JUNTO COM A ÁGUA DO BANHO’.
Morando e atuando em
comunidade de periferia, convivendo com famílias em situação de risco social,
interagindo, com famílias , muitas vezes em condições de estrutura psico-social
deficiente, desequilibrada ou fragilizada e fragmentadas por condições tão
comuns, tenho assistido tanta tragédia, tanta tristeza, que os órgãos
limitadores, observadores e reguladores, não conseguem prever e corrigir,
deixando os responsáveis(pais e avós), completamente impotentes, e em
contrapartida, colocam-nas em situações onde as perdas de vidas são tragédias
anunciadas de difícil prevenção, visto que não há uma forma real e legítima
capaz de evitá-las, pois não existem observância de regras básicas na educação.
Por algum tempo, e eu vivi
isso na própria pele, com meus próprios filhos, houve uma confusão de a quem
deveria a obrigação de educar, aos pais(que perderam a noção dos limites de
autonomia), ou as escolas ( que lidando com inúmeros perfis psicológicos e cujos
mestres, totalmente despreparados, desmotivados,não tinham diretrizes
eficientes para lidar com as situações apresentadas, terminando por se tornarem
vítimas dos próprios alunos)? Parece um contra senso eu dizer isso, mas fui
testemunha em diversas ocasiões, onde fatos e reações deixava bem claro apenas
isto: dúvidas, muitas dúvidas. (Em certa reunião de pais e alunos, ouvi uma
profissional da educação, classificar os alunos assim: Os meninos são todos uns “drogados, e as meninas prostitutas”) Não
precisa dizer da minha indignação e ao mesmo tempo impotência para reagir ao
absurdo da situação! Mas da mesma forma
que as demais mães, em choque, fiquei inerte,sem reação.
Uma geração inteira, oriunda
dos anos 60, do tão proclamado “Liberdade , Paz e Amor” Geraram filhos tão
libertos, que não souberam por sua vez, impor limites aos seus próprios filhos
por sua vez. Perdeu-se aí um elo importante, porque passado de geração a
geração a partir da convivência familiar. Os filhos dessa época, se perderam;
Nascia então uma nova forma de educar, como não tiveram a influencia dos avós
nos pais, não sabiam agora, como preparar seus próprios filhos para lidar
com questões tão simples vivenciadas
pelos seus antepassados. Da educação da ‘vara e das chinelas’, passamos para a
educação do “Tudo é permitido”, sem o detalhe do “Porém nem tudo nos convém”;
Hoje, vemos, crianças adolescente, jovens pais, e mesmo avós, que não
conseguem lidar com as questões dos
“LIMITES”.
Enquanto isso, assistimos a
dor e o desespero de pais e avós, tendo que despedir-se de seus filhos amados,
em tão tenra idade, esmagados pelas consequências de uma educação sem limites ,
sem regras!
Educar é Amar, Amar é impor,
Limites, Limites pede respeito a si e ao
outro, as coisa , a todas formas de vida
e principalmente sua própria vida!
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