quarta-feira, 13 de novembro de 2013

(6°)- Generoso -

                                       

                                          Generoso

                              



Pacaembú, 04 de Novembro de 2008

Oi Mulatinha,
                    Como vai você Mulata?
Está melhor das complicações dentárias?
O “Tambor” me contou que teve quase que arrastá-la para o dentista, é verdade? 
Não pode , mulher, fazer essas birras como se fosse uma garotinha.
 Isso é coisa séria e não pode ser tratada com desdém. 
Anexo a esta carta estou lhe mandando um recorte com informações a respeito. 
Você vai se arrepiar.
 Muito do que esse recorte (das ‘seleções’) contém eu  também não sabia. 
Querida, não brinque com essas coisas que é assunto sério. 
Como eu disse ao “Tambor”:  _Gengivite é melhor que soco na boca pra derrubar
 os dentes e deixar falando fofo.
 Você não quer isso, que?
Você tem dentes tão bonitos, não pode arriscar-se a perde-los por capricho, né?
(ou “cagaço”?)
 Dá medo ir ao dentista mas é preciso ir*. 
Você já teve  filhos que dizem, é mais dolorido que dor de dente, e foi estoica, porque agora o medo? 
Uma mulher valente e guerreira como você não pode ser refém de medos que são comuns aos pobres mortais. 
Você é melhor.
 A “Tambor” me escreveu, certa vez, e me  contou que no dia das mãe, lá no Centro Espírita “Casa do Caminho” vocês receberam 2 visitas maravilhosas: a sua e a minha mãe.
     É isso mesmo, menina? 
Que lindo! Conta mais sobre isso, por favor! 
Nunca mais aconteceu isso?
 Me conta, Mulher. Please,

Outra coisa: Quando a “Tambor” tirou fotos do “Wa”, apareceram bolas de luzes ao lado
 de sua cabeça, e que depois de ampliadas, mostraram rostos de pessoas em seu interior. 
Vários fotos foram tiradas e a mesma coisa acontece por todos os cantos da casa. 
Me conta mais.
            Ah! Gostaria de pedir-lhe que me mande alguma coisa do “caderno”** que voce me falou.
           Voce ainda tem os livros do Leminski¿
           Mande-me alguma poesia dele, por favor, a seu gosto, pois o que voce escolher para mandar é válido pois todas as coisas que ele escreveu são boas , e também, dá uma ideia de comoestá sua cabeça no presente momento.
            Dei uma dica de livro para “Tambor”.
Chama-se “Confissões de Frei Abóbora” de José Mauro Vasoncelos, o mesmo autor de “Rosinha minha canoa”, “Meu pé de Laranja Lima “, “O Palácio Japonês”, Barro Blanco”, etc. Provavelmente voce não vai achá-lo em livraria, só em sebos. 
O que eu tinha, a “Din” queimou numa pilha de livros que ela achou “satânicos”, 
num ataque de Torqueimada, da Inquisição Espanhola. 
Fiquei louco da vida com ela, mas depois perdoei e esqueci.
 Foi a muito tempo atrás.
           A história  é linda e sensível, leia, voce  irá gostar.  
           Escreva-me, querida, é sempre bom receber  notícias de amigos, cá neste lugar. 
Fique com Deus.
                                 Seu amigo,

                                                         
                                                         
                                                             04/11/08_ ESCREVA-ME.

1­_  Nunca tive medo de dentista, e toda essa situação, deveu-se exclusivamente ao envolvimento com o trabalho esquecendo-me de cuidar da saúde, ou deixando para depois, disso ou daquilo, até que fui obrigada  a largar tudo e buscar socorro ortodôntico; mas fiquei feliz com os cuidados dele com minha saúde bucal. Quem não ficaria¿ (Mulatinha 2013).

2_ “ O Caderno”, trata-se de um caderno comum que tínhamos quando vivemos em Curitiba, onde anotávamos recadinhos de um para o outro. Era costume ele transcrever alguma piadinha, que tinha ouvido e gostou, pequenos desenhos que ele fazia, para que eu pudesse ler quando chegasse do trabalho. Também colocávamos letras de músicas, poesias que escrevíamos, versos, pensamentos, alguma gracinha da filhote para compartilhar um com o outro.  Denominamos o  como “O Caderno”.
                                                        
                                                
Contei-lhe que ainda guardo esse caderno,( por quase trinta anos) como preciosa lembrança desse tempo.






                      (Porque a vida de um homem, não pode terminar num túmulo frio e escuro)

                                                           

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