sexta-feira, 10 de maio de 2013

A História de Catherine


                               




03-07-1998 - 02:00am


       É claro que esta história não começa aqui nem tem seu final descrito nestas páginas.
       Se me faço retratar nestas linhas, é com o intuito de oferecer artigo de análise e reflexão a quem delas se dignar servir. E oxalá possam auxiliar para que outras pessoas não caiam nos mesmos erros que me arrastaram a anos e anos de estagnação evolutiva.
         Catherine ou Cathie como me denomiram num passado distante e obscuro, não foi meu último nome terreno, porém está ligado a pesados débitos que adquiri e tento resgatar. Por enquanto insisto em usá-lo como a uma promissória a ser saudada, e  ele me lembra dos erros que não quero e não posso voltar a cometer.
Bem, por hora não vamos detalhar esse passado, esta página negra, nem citar nomes em respeito àqueles que compõem  esta triste e ao mesmo tempo bela história. Bela por quê impregnada de amor, paixão, renúncias. Triste, por quê foi enodoada pelo orgulho, preconceitos da época, egoísmo e ciúmes levados às últimas e dolorosas consequências.Depois de muito tempo atolada na lama de tosos esses vícios e desregramentos criados por mim no além-túmulo, fui recolhida por mãos caridosas, amparada, tratada com desvelo e carinho, levei anos a fio para recuperar a consciência de mim mesma e voltar a ser digna da bondade que os mentores amigos a mim dedicavam incansáveis. Compreendi parte de mim mesma, dos débitos que me pesavam sobre os ombros e arguta necessidade de retomar a caminhada, vencer os vícios, me levaram a estudaos preparatórios, sentia-me quase feliz, não fosse profunda nostalgia que teimava em crescer dentro do coração e que eu teimosamente buscava alimentar ao mesmo tempo compreender o que significava.
Isso se tornou verdaqdeiro entrave no meu segmento pois dispersava a mente dos estudos tentando encontrar o fio  que aquela angústia trazia.
Foi então , que os mentores  me ofereceram no trabalho  humilde possibilidade de melhor aproveitamento do tempo e libertação da mente.
Horas e horas de trabalho incansável trouxeram-me o alívio necessário, os estudos prosseguiam porém lento era o aproveitamento, já que sempre algum tema me levava de volta a tentativa de abrir aquela porta fechada no inconsciente que eu teimosamente tentava desvendar.
       Os anos se passaram, até que certo dia fui procurada por um dos encarregados do meu setor e recebi  com incontida alegria a permissão de retornar à Terra, rever amigos, parentes, amores. Enchi-me de extranha sensação como se estivesse prestes a descobrir algo que a muito buscava sem saber bem onde procurar. 
Os orientadores me explicaram que eu deveria me preparar para seguir viagem ao plano terrestre, buscando na oração forças, na serenidade o controle emocional.
Assim, trabalhei por mais alguns dias anciosa pelo retorno. Sabia que o reencontro com entes queridos é sempre uma incógnita para espíritos ainda tardos de evolução e muitas vezes muito difíceis.
         Não foi porém sem muitos conselhose admoestações dos mentores amigosque cheguei aqui após muitos, muitos anos...
         Revi a França,terra natal de muitas recordações dolorosas e queridas; recordei meu passado, revi entes queridos, amigos do passado hoje, então, em franca recuperação; mas foi no Brasil que meu coração palpitou acordando de vez o passado que eu buscava atraz da porta cerrada na consciência. 
Com cuidado e carinho, o mentor responsável pelo grupo, já que éramos em quatro irmãos em situação semelhante, recomendou prudência ante os nossos sentimentos e ações. 
Mas, há meu Deus! 
Como nos enganamos com os nossos sentimentos!
Como somos fracos!
Eu que achava, me sentia preparada, forte, me deparei com o velho e tenebroso vício que antes já me havia levado a perdição.
ele estava ali bem dentro do meu peito pronto para explodir e contaminar tudo o que já havia sido limpo, e o equilíbrio desmoronou.
Deixei me vencer pelo velho companheiro de  outros momentos tenebrosos do passado, deixei me envolver de tal forma que acabei encontrando o outro imão gêmeo então abraçada pelo ciúmes e pela revolta, tornei-me surda aos conselhos, as ponderações dos mentores e vi-me preparando ardiloso plano para fugir de sua bondosa vigilância para aqui ficar cuidando por assim dizer do objeto de minha insanidade.
Sim, pois somente uma mente insana, doente mesmo, vejo hoje, pode tomar os caminhos que trilhei a partir de então.
foram anos de perseguição disfarçada de amor, obsediei, menti,futriquei de tudo o que foi forma para impedir que qualquer figura feminina se aproximasse do objeto de minha paixão doentia, a título de fazer valer velha promessa feita em momento de paixão desvairada que custaram na época as vidas de alguns companheiros da caminhada terrestre.
        O meu amigo na época beirava os 9 anos de idade e prometi tomar conta do meu "amor" para não perde-lo como de outras vezes. Esqueci de todas as lições aprendidas, fiquei cega e surda a qualquer sentimento que pudesse me levar a raciocinar com sensatez.
Fiz tanta loucura que se não  o enlouqueci foi devido ao seu caráter moral e à proteção que o cercava, mas mesmo assim fiz coisas das quais hoje me envergonho imensamente.
         Vezes sem conta tentaram me despertar desse pesadelo que eu mesma criei, mas não; à menor aproximação de espíritos protetores eu fugia. Não, não queria ouvir, não podia , pois no fundo eu sabia que o que eu fazia não estava certo, cedo ou tarde aquilo teria um fim.
Mas e o meu amor, meu prometido?   
Se eu partisse, ele poderia encontrar outra! Não, eu tinha que ficar e cuidar dele, ele era meu. Só meu.
Não havíamos feito um pacto, lavado a sangue?
então dessa vez ninguém iria interferir, ninguém e já havia presentido a aproximação de outro personagem sedento de ódio.
Ele me dava muito medo, sempre fugia quando sentia a sua presença por perto.
Nunca o vi, ele nunca me viu, não nos encontramos. Mas geralmente quando isso acontecia eu saía a caminhar pelas ruas próximas, esperando o tempo passar, até não sentir mais o perigo. E era então que o mais das vezes, me deparava com grupos de espíritos barulhentos, horríveis, ferozes e malvados. Fugia, fugia feito louca, escondia-me em casas ou ruas tranquilas. hoje sei que só conseguia quarida porque não estava desamparada, pois protetores que minha vibração desequilibrada não deixava perceber, me protegia abrindo passagens em lares abençoados pela proteção vibratória ou guardiões de quarteirões que eu também não percebia me intuiam onde encontrar abrigo.
Passado o perigo, lá estava eu novamente a postos. 
Comecei a me sentir cansada, aborrecida mesmo da vida que levava a anos; nos momentos em que podia me comunicar com ele, comecei a sentir que uma barreira se erguia entre nós; o medo de perdê-lo aumentou, passei a ficar aturdida, impotente, meus apelos já não o atingiam como antes. Que fazer? Buscar ajuda onde? Com quem?
Se todos esses anos aqui não busquei fazer a mizade? Como encontrar reforços para meus propósitos  já então não tão importantes?
O desespero novamente começou a dominar-me.
Tentei influenciar alguma amizades, fazer aliados, aliadas,tinha que me fortalecer. Passei a praticamente a conviver com algumas destas pessoas, estudar-lhes os sentimentos, pensamentos e envolvê-las com os meus e foi aí que encontrei não o que esperava; Porém o que eu precisava.
Quando fui descoberta, identificada, localizada, tive e hoje sou grata a todos por isso, tive então o prazer de descobrir vários velhos amigos e conhecidos do passado embuidos no intuito de evoluir, aprender. esses velhos amigos ao me identificare alguns em sonho, outros acrodando vagas recordações no inconsciente, resolveram me auxiliar. Então, comomães e pais queridos que por amor aos filhos, os admoestam com energia, me fizeram despertat. 
Ah! Pai Celeste, que todos aqueles que como eu encontre amigos assim pelos caminhos dos seus descaminhos! Com que amor! Com que carinho me cercaram, me ouviram, e elucidaram!
Só então pude ver o velho e querido Mentor da caravan a de quem fugi anos atrás, me esperava de braços abertos, com o mesmo sorriso bondoso nos lábios e no olhar.
Envolvida por tanto amor, pude finalmente despertar de vez; E as lágrimas que usei para enganar, para conquistar e alimentar sentimentos não nobres que foram o movel desta caminhada infeliz, ficou preso à garganta porque maior era o constrangimento, a vergonha. Num lugar segundo o querido mentor eu deveria estar trabalhando, prestando socorro em nome do Amor Maior, nesse momento, era eu socorrida e ajudada em nome de amor não egoita. Grande, tão grande foi a emoção, e tão sublime aquele amor que iluminou e aqueceu, transformou e reequilibrou, que enorme necessidade de voltar lá no  ponto de partida, inicio desta parte da história. O recomeço que já sei poderá trazer de volta junto àqueles que me amam, e a quem aprenderei a amar com humildade, sem a sombra do monstro do egoismo.
O caminho será longo com certeza, mas creio e espero estar mais amadurecida, e o sofrimento sentido e causado, serão exatamente este o meu crchá8 para não recair . Nunca mais quero fazer sofre. Nunca mais quero ser causadora de lágrimas vertidas. Ao querido amigo e companheiro de infortúnio, creio que tão cedo não voltarei a ver, porém espero poder contar com suas precesm em favor do meu total restabelecimento, e quando e se eu tiver merecimento . Digo isso como uma promessa feita na hora do Adeus, que significa entregar ao Pai de Misericórdia os rumos dos nossos destinos.
Assim, um dia quem sabe eu ´possa volta em novas condições e com um novo capítulo dessa história, agora sem tantas dores causadas pelos desenganos.
Até lá A deus.
          Cathie.
03-07-1989

Nota: Essa história povoou meus pensamentos de forma insistente o dia inteiro, até a essa hora, madrugada adentro, quando entendi que precisava coloca-la no papel, forma pela qual me livraria . Dito e feito. Aqui está, antes pedi licença ao personagem e desculpas aos envolvidos.
Meu carinho e respeito também estão nestas páginas. 

                   (  Psicografia de Eunice Fomm)
                        03-07-98 (04:00')

* Crachá = Palavra de origem francesa (crachat) que significa Grã -Cruz, insignia,m condecoração que se leva ao peito.

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