domingo, 5 de maio de 2013

O que aplaudimos?


                     

                  




Tenho alguma dificuldade para entender alguns sentimentos que me sobressaltam diante de algumas situações sociais, e que me causam uma certa angústia reflexiva.
Pode parecer natural, mas que para mim, não existe naturidade, e que me incomoda.
Vamos ser mais clara.
A nossa sociedade, no mundo inteiro, vive a angústia da insegurança, diante da loucura humana, que é expressada por alguns, e graças a Deus, são apenas alguns, os que extrapolam em seus atos insanos;
 Atente para a expressão Insanos, pois esta é a base para esta reflexão. E para isso, devemos observar bem o significado da expressão; Insano segundo o dicionário Aurélio, e começando pelo Substantivo Insanidade, de origem latina, que diz-ser a qualidade, caráter  de insano; loucura, demência. Dito ou ção, que revela falta de juizo, bom senso. enquanto que o adjetivo Insano , do latim Insanus,determina, Louco, Insensato,Demente, Sandeu; Excessivo, desmedido.
Enquanto que Demência, vem determinar uma situação de enfermidade onde o desequilíbrio mental está presente, mesmo que se mantenha a inteligência, isto é: Pode ser extravasado esse desequilíbrio sem que se note o enfraquecimento psíquico, mas indo a extremos onde a insensatez, fala mais alto. Então, estamos falando de mentes adoentadas, com degeneraçóes do bom senso, e das regras morais da convivência social. O que torna  o indivíduo, um elemento perigoso para a sociedade.
Bom, se o sujeito é ou está adoentado, carece de cuidados específicos, como qualquer outra criatura, certo?
Penso que até aqui, todos concordam comigo, exato?
Agora vejamos o seguinte ponto: aprendi com anos de estudos e obsevancias da Doutrina Espírita, que não existe ser humano, perverso, mas sim ser humano em estado (temporal) de enfermidade grave, deformante de seu caráter, cujas consequencias são percebidas por suas atitudes de teor cruel, e em sendo assim, na verdade, é um ser necessitado de socorro, por quem assim detenha essas condições. 
Por outro lado, todas as ações, perante a Lei Divina, ou Lei Natural, visto estar essa lei inscrita indelevelmente em cada ser, cada criatura, seja ela quem for, todas as ações retornam sobre o seu autor, em forma de resultados, que podem ser positivos  ou negativos. 
Partindo deste princípio, a maior vítima de uma ação, é o seu próprio autor. E, pode parecer contraditório neste momento, para aquele, que não se deu ao trabalho de aprofundar nos estudos doutrinários, ou não se despiu de  ideias pre concebidas, e até mesmo, conceitos tacanhos (Que revela estreiteza, de ideias, acanhado), que  o demente, tem sim consciencia dos seus atos, mas acabamos de usar a expressão tacanha, que se aplica tranquilamente neste caso, justificando a necessidade de continuar nesta reflexão e rever nossos conceitos acanhados. E também lembrando o velho dito bíblico/popular do "Dente por dente, Olho por olho" ou vice-versa, que tem alimentado os ódios insanos, que por sua vez alimentam todas as guerras da humanidade, pequenas ou grandes. Todas, absolutamente todas produtos da insanidade humana.
Bom;   continuando, voltemos ao nosso ator insensato. Sejamos de qual escola religiosa formos, sempre temos por princípio a melhoria do ser humano, como razão da mesma. Assim sendo, enquanto o ser humano, não conseguir ver e sentir o seu semelhante como um seu irmão, e perante a Lei divina, em iguais condições perante o Criador, não teremos  caminhado quase nada nesse ponto. E, se dentro de uma família, dentro de um lar, existe uma luta constante, pelo bem  e melhoria de todos os seus membros, (lembrando que todas tem seu membro "doente"), como considerar que o Criador divino, iria menosprezar este ou aquele ser, por sua condição (temporal) mental (psiquica) destramelada, cujos atos causam dor e sofrimentos a outros?
A causa atual, dessa reflexão, foi o caso dos  dois jovens que promoveram o cáos em Boston, na última semana, e o desfecho desse caso. O histórico de vida dos dois rapazes, os relatos de seus familiares, e colegas de escola, referindo sobre os jovens, como pessoas normais e pacatas. O que mais me tocou, foram as palavras de seu tio, e de seus pais, afirmando que eram filhos amorosos e pacíficos. Porém, o que me chocou, foi a euforia popular, quando o segundo jovem foi aprisionado. Aplaudir a ação policial, tem algo de extravasamento, diante da repressão sofrida por várias horas, por todos os cidadões da pequena cidade até é compreensivo; mas teria sido apenas por isto? Senti que não. Senti sim, que cada palma ali, por impossibilidade natural da situação, vingava o insano autor daquela pequena tragédia. E nesse momento, eu pensava na mãe daquele jovem, que não criou seu pequeno para aquele momento, certamente que não. E, também, que, a maior vítima não é cada uma das que foram atingidas direta ou indiretamente pelas explosões, mas exatamente os seus autores insanos. Pois perante a Lei Divina cada um deles, responderá por cada uma das suas vítimas, cada membro amputado, cada vida ceifada, cada lágria, cada aí. 
Aqui, esta semana, um jovem adolescente, ao sair de casa, usando um óculos de sol caro, foi vítima fatal de um ato insano, perpetrado por um indivíduo, que de dentro do seu carro, tentou tirar-lhe o óculos, e quando o jovem, se recusou a entregar, foi covardemente imprensado contra uma caçamba que estava estacionada, tendo seu corpo esamgado e sua  jovem vida ceifada. Não bastando, o autor insano declarou ter sindo ele a vítima do assalto, e que reagiu investindo o veículo contra o garoto. 
Estes fatos causaram imensa dor e sofrimento a todos os que conhecia o garoto brutalmente assassinado, por causa de um objeto, mas a causa real foi a insanidade do criminoso. A dor da mãe, da irmã, dos vizinhos e amigos, passarão com o tempo. Sua ausência ficará mais leve, e se tornará menos dorida com o passar do bendito remédio que é o tempo. Porém, para o autor insano, ficará a cada dia mais forte, mais pungente, mais gritante, a cobrança da Lei. Não a lei dos homens, que é falha, mas da Lei Divina, que determina no íntimo da cada um a necessidade de se recompor perante a sua vítima ultrajada, e não prescreve com o tempo, mas prepara os transgressores para a recomposição. 
Assim, neste caso, como no caso de Boston, ou de todos os outros, cada autor insano, irá deparar  cedo ou tarde (tempo humano) com a irrevogável cobrança, de cujo cumprimento dependerá o restabelecimento da saúde psiquica do transgressor. 
Então, devo considerar, que os aplausos da população de Boston, foraram destinados somente para os profissionais da lei dos homens, cujo trabalho teve um desfecho tranquilizador, para todos daquela cidade, que ansiavam pelo término da caçada aos jovens criminosos.
Para refletirmos uma interrogação: _Até onde somos diferentes? Será que em condições identicas, nossas atitudes seria diferentes? 
Minhas orações, são para cada uma das vítimas dessa insana ação, incluíndo seus autores, que não são mais que produto dos inúmeros outros insanos, que se acham com direitos de ceifar vidas "inocentes", a títulos os mais incoerentes possíveis, nas causas do absurdo, de cérebros doentios espalhados pelo mundo afora. Por mais que esses dois jovens, tenham agido 'sozinhos', o que acho difícil, sua sanha, foi alimentada por exemplos idênticos do passado. Isso determina a divisão da culpa e da pena, mesmo que os juizes terrenos assim não pensem. 
Sempre somos copiados por aqueles que nos admiram; sejam os nossos atos bons ou reprováveis.

"Somos responsáveis pelos que conquistamos" 
                                          Exupere. 

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