segunda-feira, 19 de maio de 2014

Quem somos? Voltamos ou jamais saímos da barbárie?





"Há atualmente uma média de um linchamento por dia no Brasil."

                                         

"Depois da notícia de que um adolescente, acusado de roubo, foi preso ao poste com uma trava de bicicleta, os casos de linchamento e de grupos que se autoproclamam “justiceiros” ganharam espaço na imprensa e nas redes sociais. O assunto provocou repercussão. Os críticos à violência classificaram a situação de “volta à Idade Média” enquanto que parte da população respondeu com o discurso: “adote um bandido”. Apesar dos ânimos exaltados, o fenômeno não é novo."
Fonte>http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2014-02-23/sao-paulo-rio-e-bahia-lideram-casos-de-linchamento-em-quase-26-anos-no-brasil.html
                                      
"O linchamento de Fabiane Maria de Jesus nos denuncia pela palavra. Há um horror, o linchamento. E há o horror por trás do horror, que é a exacerbação da inocência da vítima. É preciso que este também nos espante, porque ainda mais entranhado, suas unhas cravadas fundo numa forma de pensar como indivíduos e de funcionar como sociedade. Nem todos são capazes de pegar um pedaço de pau para bater na cabeça de uma mulher até a morte por considerá-la culpada de um crime, mas é grande o número daqueles que, ao contarem o caso na última semana, enfatizaram: “Ela era inocente”. Não como uma informação a mais no horror, mas como a mais importante. Essa também foi a frase escolhida para ilustrar as camisetas dos que protestavam contra a sua morte: “A dor da inocência”. Mas talvez seja na exaltação da inocência que nossa violência se revele em sua face mais odiosa. O que pensamos ser luz, prova de nossa boa índole, é feito da matéria de nossas trevas mais íntimas. É a exacerbação da inocência que mostra o quanto nós – mesmo os que não lincham pessoas na rua – somos perigosos.

                                         
E se ela fosse culpada?, como provoca o título da matéria de Marina Rossi, aqui no El País Brasil. E se ela fosse uma mulher que praticasse magia negra com crianças? Seu assassinato por um bando de pessoas na rua estaria justificado? Então alguém poderia agarrá-la, outro arrastá-la e um terceiro passar com a roda da bicicleta sobre a sua cabeça? É isso o que estamos dizendo quando nos espantamos mais com a inocência de Fabiane do que com o seu assassinato?
O linchamento de Fabiane produziu uma narrativa fragmentada, que revela mais sobre os autores do discurso do que sobre a vítima. O suspeito V. B., eletricista, 48 anos, justificou-se, ao ser preso: teria golpeado Fabiane com um pedaço de madeira porque achou que o boato era “verdade”. O suspeito L.L., ajudante de pedreiro, 19 anos, que teria passado com a bicicleta sobre a cabeça de Fabiane, explicou: “Diante da gritaria das pessoas que tinham reconhecido a mulher, não tive dúvidas de participar do tumulto”. O suspeito C.J., pintor de paredes, 22 anos, teria puxado Fabiane pelos cabelos para se certificar de que era ela mesma, antes de ajudar a matá-la.
A exaltação da inocência de Fabiane revela a não inocência da sociedade brasileira na série de linchamentos que vem atravessando
o país
Em nenhum momento apareceu o choque por ter espancado uma pessoa com um pedaço de pau, passado sobre a cabeça de alguém com a bicicleta, agarrado uma mulher pelos cabelos. Passada a explosão da hora, a questão que motivou até um pedido de desculpas à família, por parte de um dos suspeitos, era o erro. Mas o erro não seria assassinar – e sim assassinar a pessoa errada. Se havia razões para o arrependimento era a inocência de Fabiane – não o ato de matar. “Não é ela, não é ela”, teria avisado alguém em um dos vídeos de sua morte. Não arrebente porque não é ela. E se fosse?
Se a exaltação da inocência estivesse restrita aos assassinos – e a quem assistiu ao assassinato sem nada fazer para impedi-lo – seria mais fácil. Mas foi a inocência de Fabiane que motivou, nos mais variados espaços, perguntas retóricas como: “onde estamos?” ou “que país é este?”. Entre os tantos comentários sobre o caso, lamentando a morte de Fabiane, talvez o do governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), seja o mais revelador.
                              
Fabiane foi linchada no sábado (3/5), no bairro de Morrinhos, na periferia do Guarujá, no litoral paulista, e morreu, no hospital, na segunda-feira (5/5). Tinha 33 anos. Na quarta-feira (7/5), o governador, que pretende tentar a reeleição, foi ao Guarujá para, entre outros compromissos, reinaugurar a maternidade do Hospital Santo Amaro – o mesmo onde, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, Fabiane teve de esperar um dia para conseguir vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Durante a cerimônia, Alckmin manifestou-se sobre a morte de Fabiane, nos seguintes termos: “É inadmissível um ato de barbaridade como esse, tirando a vida de uma pessoa que não tinha nada a ver com a desconfiança da população, até porque tudo não passou de um boato”.
Uma boa questão de interpretação para a prova de língua portuguesa do próximo vestibular. O que, exatamente, o governador está dizendo ao povo do estado que governa? Qual é, para ele, a questão central no linchamento? O que é inadmissível, segundo Alckmin? Linchar uma pessoa, qualquer pessoa, ou linchar uma pessoa inocente?
A exaltação da inocência de Fabiane revela a não inocência da sociedade brasileira na série de linchamentos que vem atravessando o país. As palavras revelam o que também alimenta o espancamento e a morte de pessoas por cidadãos nas ruas. É no discurso, às vezes subliminar, às vezes explícito, que é reeditado cotidianamente o pacto histórico de que há uma categoria de brasileiros que podem ser mortos – ou que ao menos seu assassinato seria justificável. É esta mesma lógica que tolera – quando não deseja – a tortura e a morte de presos nas delegacias e nos presídios do Brasil. Encarar os linchamentos como algo que só pertence ao bárbaro, que é sempre o outro, é ocultar a nossa responsabilidade, a de cada um, com uma máscara de inocência. Fabiane era inocente. Nós, ao exaltarmos a sua inocência como principal razão para que ela não fosse assassinada, somos culpados.
Encarar os linchamentos como algo que só pertence ao bárbaro, que é sempre o outro, é ocultar a nossa
responsabilidade
A barbárie não deveria nos surpreender, como se fosse nova entre nós. A sociedade brasileira historicamente a tolera, quando não a estimula. Como já foi dito mais de uma vez, também aqui, ela está nas raízes da formação do Brasil. A barbárie chegou junto com os que se anunciavam como civilizados diante dos povos indígenas que aqui estavam – os bárbaros. E foram também os chamados civilizados que promoveram uma força de trabalho escravo, alimentada por negros trazidos da África (e também por índios). Nem a escravidão nem o extermínio indígena foram superados no Brasil – e as marcas de uma e a reedição do outro fazem parte do cotidiano do país, hoje.
Fingir que a barbárie é surpreendente não vai nos ajudar a combatê-la. No Brasil atual, indígenas, ribeirinhos e quilombolas têm sido expulsos de suas terras por atos do próprio governo federal – e muitos deles têm sido mortos por pistoleiros, a mando de fazendeiros. É assustador o número de moradores de rua assassinados no Brasil nos últimos tempos, assim como o de crimes por homofobia. A retirada de pessoas de suas casas para a construção de estádios da Copa do Mundo é conhecida – ou deveria ser – por todos. A violência nos presídios e as execuções nas favelas e periferias tornaram-se uma banalidade só interrompida por espasmos. Mesmo os linchamentos estão longe de nos ser estranhos, o que em nada diminui o seu horror e a necessidade de combatê-los.
Se há algo de novo é talvez a forma como as palavras encarnaram para tornar Fabiane uma pessoa para o linchamento. A internet não criou – nem piorou – o humano. Ela apenas o revelou como nunca antes. Ela deu-nos a conhecer. Antes não sabíamos o que pensava o vizinho ou o caixa do banco ou o sujeito que nos cumprimentava na padaria. Agora, ele grita na internet – e, mais do que grita, exibe todo o seu inferno. Passeia o time completo, com titulares e reservas, de seus ódios e preconceitos. Na internet, o humano perdeu o pudor de suas vísceras. Ao contrário, em vez de ocultá-las, passou a exibi-las como um troféu de autenticidade.
É nesse contexto que o dono do perfil no Facebook “Guarujá Alerta” postou, em 25 de abril, a seguinte “notícia” – que jamais poderia ser chamada de notícia porque sequer foi apurada antes de ser publicada: “Boatos rolam na região da praia do Pernambuco, Maré Mansa, Vila Rã e Areião, que uma mulher está raptando crianças para realizar magia negra... Se é boato ou não devemos ficar alertas”. Nenhum pudor de postar um boato. Zero pudor. Ao contrário, a internet nos mostra que há um orgulho no despudor, no “assumir” a falta de princípios, confundindo-a com o que é apresentado como “coragem de denunciar”.
Alguns dos comentários de homens e mulheres, postados na sequência, mostra a disseminação do ódio, travestida como defesa do bem: “Mata essa filha da puta. Quem achar, sem dó”/ “Se vir pro Morrinhos vai tomar só rajada essa cachorra”/ “Vamos fazer uma magia de revolta com ela, ‘botando fogo nela’”. Logo surgiu um retrato falado, que seria descrito pela imprensa como o de uma mulher “negra e gorda”, em seguida a foto de uma loira.
Dias depois da publicação do boato, Fabiane, com pouca ou nenhuma semelhança com qualquer uma das imagens, foi linchada. Inclusive crianças participaram do seu espancamento. O retrato falado tinha sido feito em 2012 pela polícia carioca e referia-se a uma suspeita de ter sequestrado uma criança na zona norte do Rio. Nenhum menino ou menina desaparecera na região do Guarujá nos últimos tempos, o crime não existia. Mas as “bruxas” começaram a ser vistas em toda parte – e também em outras regiões do país, na qual o boato foi reproduzido. Fabiane foi a única morta, mas várias mulheres podem ter corrido o risco de ser assassinadas. De novo, as mulheres e a bruxaria, como nas fogueiras da Inquisição.
Se há algo de novo é talvez a forma como as palavras encarnaram
para tornar Fabiane uma pessoa para o linchamento
(Só um parêntese. Vale pensar sobre o peso da palavra escrita nessa tragédia. Sobre o quanto a palavra escrita, agora na internet, é decodificada ainda por muitos, em especial por aqueles que ao longo da história tão pouco tiveram acesso a ela, como “verdade”. A frase “está no jornal” ou “li no jornal”, usada para assegurar a veracidade de algo diante de outros, é agora também “está (ou li) na internet”. É o que mostra a quantidade de spams com boatos os mais estapafúrdios que atravancam todos os dias as caixas de e-mail e também as redes sociais, porque muitos os replicam, sem apurar a fonte ou sequer duvidar, para alertar seu circuito de conhecidos, familiares e amigos sobre ameaças terríveis. Falta muito para que a leitura crítica, tanto da imprensa tradicional quanto da mídia alternativa, como de qualquer outra produção narrativa, se estabeleça para a maioria, tão carente de educação no país.)
Quando Fabiane foi agarrada naquele sábado, carregava um livro de capa preta. Quem passava por ela, viu nele uma obra de magia negra. Quando ela ofereceu uma fruta a uma criança na rua, o gesto foi interpretado como uma tentativa de sedução. Foi só alguém gritar “é ela, é ela”, para o linchamento começar. É importante compreender como Fabiane tornou-se bruxa. Mas também é fundamental entender como ela deixou de ser bruxa.
Na internet, o humano perdeu o pudor de suas vísceras. Em vez de ocultá-las, passou a exibi-las como um troféu de autenticidade
O feitiço ao contrário é revelador. O livro de magia negra era uma Bíblia. A fruta oferecida era um gesto de generosidade. Fabiane era branca, era religiosa, era mãe de duas filhas, era dona de casa e gostava de crianças. Sua única “mácula”, para o senso comum, seria um diagnóstico de “transtorno bipolar”, relacionado nos relatos “ao parto da primeira filha”. Mas, mesmo neste caso, ela foi poupada do preconceito costumeiro, associado às doenças mentais, por depoimentos como este, de uma amiga: “(Nas crises) ela saía abraçando as pessoas, falando que amava todo mundo, nunca fez mal a ninguém”.
Fabiane, portanto, não só era inocente, como era a imagem da inocência. Era o retrato idealizado do feminino ligado à maternidade. Não tenho como aferir o quanto essa imagem, desfeito o feitiço, colaborou para a comoção do país. Mas suspeito que bastante. E isso também revela o quanto nós não somos inocentes.
E se Fabiane fosse “negra e gorda”, como descrita no retrato falado? E se Fabiane exibisse piercings e tatuagens pelo corpo? E se Fabiane fosse lésbica? E se Fabiane fosse agressiva? E se Fabiane fosse do candomblé ou do batuque ou de outra religião afro-brasileira, as quais os pastores evangélicos neopentecostais tanto relacionam nos templos e nos programas da TV com satanismo, uma atitude criminosa pouco ou nada combatida? E se Fabiane fosse bruxa? E se Fabiane fosse o oposto da idealização feminina? Será que tantos hoje chorariam por ela?
E Fabiane seria, por isso, menos inocente?
A palavra escrita, agora na internet, ainda é decodificada por muitos, em especial por quem historicamente não teve
acesso a ela, como verdade
Talvez, se sua imagem não correspondesse ao estereótipo da mãe de família, ouviríamos coisas como: “Também, com aquela aparência, era fácil confundi-la”. Ou: “Essa história está mal contada, boa coisa ela não era”. Talvez então o feitiço jamais fosse desfeito e Fabiane continuasse na lista não escrita das pessoas “lincháveis”. É possível? Ou estou exagerando? Gostaria de estar exagerando, mas me arrisco a suspeitar que não.
Vale a pena prestar atenção ao comentário de L., ao ser preso e pedir desculpas à família de Fabiane. “Peço desculpas à família, estou muito arrependido. Desculpa mesmo. A gente vê a nossa mãe em casa, nossa tia, e imagina que poderia ter sido com elas”. De repente, o algoz percebe que sua vítima não é mais uma “bruxa”, uma diferente, uma outra, mas sim semelhante às mulheres da sua família que ocupam um lugar materno. E, como filho, sobrinho, dessas mulheres, semelhante a ele mesmo. Pela lógica imediata, se a conversão em bruxa pela turba enlouquecida, da qual ele fez parte, aconteceu com Fabiane, por que não aconteceria com sua mãe, com sua tia? Com ele, com cada um de nós? Será também um medo novo que faz aumentar a comoção por Fabiane? E agora, que a barreira dos “lincháveis” foi rompida e uma mãe de família, uma devota, morreu a pauladas?
Um dos suspeitos disse à polícia que dois outros autores do linchamento de Fabiane foram executados pelo tráfico. A informação foi publicada na imprensa. Se queremos de fato enfrentar a barbárie, precisamos saber se essa afirmação é verídica. E, se for verídica, precisamos exigir que os assassinos dos assassinos sejam investigados, julgados e punidos, no rito da lei. Do contrário, somos só bárbaros que acreditam que linchadores devem ser mortos, no olho por olho, dente por dente. Como aqueles bárbaros que salivam em suas casas quando assistem à notícia de que estupradores foram violados na cadeia, onde estão sob proteção do Estado.
Chorar pelos inocentes é fácil. O que nos define como indivíduos e como sociedade é a nossa capacidade de exigir
dignidade e legalidade no tratamento dos culpados
Chorar pelos inocentes é fácil. O que nos define como indivíduos e como sociedade é a nossa capacidade de exigir dignidade e legalidade no tratamento dos culpados. O compromisso com o processo civilizatório é árduo e exige o melhor de nós: respeitar a vida dos assassinos. Fora isso, é só demagogia.
Há vários apelos circulando na internet sobre as palavras “justiceiro” e “justiçamento”. Quero trazer a reflexão para cá, porque já descobrimos há muito – e também agora – que as palavras são poderosas. E andam. E encarnam. E revelam. E autorizam. Linchamento não é “justiçamento”. É crime. Linchador não é “justiceiro”. É criminoso. Seja uma pessoa ou uma turba, quem mata é assassino. Quem lincha e mata não quer justiça, quer vingança – às vezes sem nem mesmo saber do quê. Se queremos superar a barbárie, talvez seja necessário jamais confundir “justiça” e “vingança” – também nas palavras.
Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da RuaA Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos e do romance Uma Duas. Email:elianebrum.coluna@gmail.com. Twitter: @brumelianebrum

domingo, 11 de maio de 2014

Mãe faz cada coisa!...




(Texto de Hilda Lucas)



74"Mãe é aquele ser estranho, louco, capaz de heroísmos, dramas e breguices com a mesma fúria; paga mico, escreve carta para Papai Noel, se faz passar por Fadinha do Dente, Coelho da Páscoa, Cuca, pede autógrafo para artistas deploráveis, assiste a programas, peças, shows horríveis, revê milhares de vezes os mesmos desenhos animados, conta as mesmas histórias centenas de vezes, vai pra Disney e A D O R A! 
Mãe faz escândalo, tira satisfação com professor, berra em público, dá vexame, deixa a gente sem graça, compra briga; é espaçosa, barulhenta, tendenciosa, leoa, tiete, dona da gente. 
Mãe desperta extremos, ganas, irrita, enlouquece, mas...
 É mãe! Mãe faz promessa, prestação, hora extra, pra que a gente tenha o que é preciso e o que sonha. Mãe surta, passa dos limites, às vezes até bate, diz coisas duras; mãe pede desculpas, mortificada...
 Mãe é um bicho doido, louco pela cria. 
Mãe é Visceral! Mãe chora em apresentação de balé, em competição de natação, quando a filha menstrua pela primeira vez, quando dá o primeiro beijo, quando vê a filha apaixonada no casamento, no parto... 
Xinga todo e cada desgraçado que faz a filha sofrer, enlouquece esperando ela chegar da balada... 
Mãe é uma espécie esquisita que se alterna entre fada e bruxa com um naturalidade espantosa.
É competente no item culpa e insuperável no item ternura, mas pode ser virulenta, tem um lado B às vezes C, D, E... 
Mãe é melosa, excessiva, obsessiva, repulsiva, comovente, histérica, mas não se é feliz sem uma. Mãe é contrato: irrevogável, vitalício intransferível! 
Mãe lê pensamento, tem premonição, sonhos estranhos. Conhece cara de choro, de gripe, de medo; entra sem bater, liga de madrugada, pede favor chato, palpita e implica com amigos, namorados, escolhas. Mãe dá a roupa do corpo, tempo, dinheiro, conselho, cuidado, proteção.
 Mãe dá um jeito, dá nó, dá bronca, dá força. Mãe cura cólica, porre, tristeza, pânico noturno, medos. Espanta monstros, pesadelos, bactérias, mosquitos, perigos.
Mãe tem intuição e é messiânica: 
Mãe salva. 

Mãe guarda tesouros, conta histórias e tece lembranças. 
Mãe é arquivo! Mãe exagera, exaure, extrapola. 
Mãe transborda, inunda, transcende. Ama, desmama, desarma, denota, manda, desmanda, desanda, demanda. Rumina o passado, remói dores, dá o troco, adora uma cobrança e um perdão lacrimoso. Mãe abriga, afaga, alisa, lambe, conhece as batidas do nosso coração, o toque dos nossos dedos, as cores do nosso olhar e ouve música quando a gente ri.
 Mãe tem coração de mãe! 
Mãe é pedra no caminho, é rumo; é pedra no sapato, é rocha; é drama mexicano, tragédia grega e comédia ita liana; é o maior dos clássicos; é colo, cadeira de balanço e divã de terapeuta... Mãe é madonna-mia! É Deus-me-acuda; é graças-a-Deus; é mãezinha-do-céu; é a que padece no paraíso enquanto nos inferniza... 
Mãe é absurda e inexoravelmente para sempre e é uma só: não há mistério maior! Só cabe uma mãe na vida de uma filho/a... e olhe lá! Às vezes, nem cabe inteira.
 Mãe é imensurável! 
Mãe é saudade instalada desde o instante em que descobrimos a morte.
Mãe é eterna, não morre jamais. Bicho estranho, entranha, milagre, façanha, matriz, alma, carne viva, laço de sangue, flor da pele. 
Mãe é mãe, e faz cada coisa..."mama, desarma, denota, manda, desmanda, desanda, demanda. Rumina o passado, remói dores, dá o troco, adora uma cobrança e um perdão lacrimoso. 
Mãe abriga, afaga, alisa, lambe, conhece as batidas do nosso coração, o toque dos nossos dedos, as cores do nosso olhar e ouve música quando a gente ri. 
Mãe tem coração de mãe! 
Mãe é pedra no caminho, é rumo; é pedra no sapato, é rocha; é drama mexicano, tragédia grega e comédia ita liana; é o maior dos clássicos; é colo, cadeira de balanço e divã de terapeuta... 
Mãe é madonna-mia!
 É Deus-me-acuda; é graças-a-Deus; é mãezinha-do-céu; é a que padece no paraíso enquanto nos inferniza... 
Mãe é absurda e inexoravelmente para sempre e é uma só: não há mistério maior! 
Só cabe uma mãe na vida de uma filho/a... e olhe lá! 
Às vezes, nem cabe inteira. 
Mãe é imensurável! 
Mãe é saudade instalada desde o instante em que descobrimos a morte. 
Mãe é eterna, não morre jamais. 
Bicho estranho, entranha, milagre, façanha, matriz, alma, carne viva, laço de sangue, flor da pele. 
Mãe é mãe, e faz cada coisa...!!!"

sábado, 10 de maio de 2014

O bêbado e a Bíblia



                                      
Já se tornou habitual a visita de evangélicos pela manhã dos sábados e domingos, com a Bíblia surrada debaixo do braço, livrinhos e folhetos à mão, para venda por preço aparentemente simbólico. Já é tão comum que, gracejando costumamos dizer; "Você vai sair antes ou depois dos crentes chegarem?". É a luta dos bibliólatras pelo proselitismo.

Numa dessas abordagens por um grupo liderado por uma senhora de fala fácil e fluente, o espírita que desejava sair, desculpou-se:

- Eu sou espírita, peço desculpas, mas deixemos a conversa para outro momento.

- Por isso, mesmo, por ser espírita é que não deve perder a oportunidade de ouvir a Palavra de Deus.

- Mas eu não creio na Bíblia.

A mulher estatelou os olhos, como se ouvisse a maior de todas as blasfêmias. Um homem que estava ao lado, visivelmente alcoolizado, interferiu:

- Muito bem, doutor, muito bem!

A mulher; com a aprovação dos demais do grupo, olhou para o homem com olhar reprovador, mas voltou insistindo:

- O Senhor tem um plano de salvação para sua alma. Por que você não crê na Bíblia?

- Minha irmã, eu gosto da Bíblia, ela tem coisas boas, mas não é a Palavra de Deus, pois está cheia de contradições.

- Muito bem! - gritou o homem embriagado.

A mulher, voltou-se para o homem, dardejando sobre ele os olhos reprovadores.

- Cala a boca! Você, se não mudar de vida, irá certamente para o Inferno. Você é um escravo da cachaça!

- Não, dona, eu não vou pro inferno não, eu obedeço a Bíblia. Abra esse livro e leia o que está em Provérbios XXXI, versículos 6 e 7, que eu tenho de cor e que dizem: "Dai bebida forte aos que perecem, e vinho aos amargura­dos de espíritos; para que bebam, e se esqueçam da sua pobreza."

Todos ficaram admirados com a verve do bêbado, que engolindo as palavras e continuou;

- Você sabe, se o vinho fosse tão ruim assim, Jesus não teria transformado água em vinho, nas bodas de Caná.

O espírita, escondendo um leve sorriso, disse:



- Minha irmã, por estas e muitas outras contradições é que eu não creio na Bíblia, como Palavra de Deus. Entretanto, a minha Doutrina ensina que um só é o Pai e Criador, por isso eu respeito a sua religião e acho que nela você deve permanecer, contanto que permita aos outros que tenham outras opiniões, sem que, por isso, sejam condenados a penas eternas.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Alongamento e atividade física





ALONGAMENTO E ATIVIDADE FÍSICA

by DiabeTV Brasil
                                    

Muitas vezes ouvimos falar que o alongamento é um componente importante para qualquer rotina de atividade física. No entanto, pesquisas a este respeito têm encontrado resultados distintos, sem consenso definitivo sobre os benefícios reais desta atividade. Ainda assim, se feito corretamente, o alongamento não tem efeitos colaterais negativos e, talvez, possa até contribuir para um melhor aproveitamento de seus exercícios.
Embora os especialistas discordem sobre a necessidade de fazer um alongamento antes do da atividade física intensa, ainda existem alguns benefícios potenciais que esta prática pode proporcionar. Para começar, o alongamento melhora a circulação no corpo, permitindo uma recuperação mais rápida das lesões, já que ajuda a remover os resíduos gerados pelo tecido muscular durante o processo de cura. Sabe-se também que é ótimo para aliviar o stress através da remoção da tensão que se acumula no corpo, o que é crucial tanto para o nosso bem-estar mental quanto físico. O Alongamento melhora nossa amplitude de movimento, coordenação e flexibilidade, o que significa que estaremos menos propensos a lesões quando praticarmos a atividade física. Além disso, pode ajudar a melhorar a postura de uma pessoa, o que é fundamental para evitar dores, especialmente nas costas.

Ao contrário do que muitos podem pensar, o objetivo do alongamento não é aquecimento. Tentar fazê-lo enquanto os músculos ainda estão frio e rígidos, só aumentará a chance de lesões. Em vez disso, devemos começar os treinos com algum tipo de atividade aeróbica (caminhada, por exemplo) por cerca de 10-15 minutos antes de fazer o alongamento. Dependendo do exercício, a pessoa deve alongar grupos musculares específicos antes de submetê-los em atividades mais rigorosas. Por exemplo, quem planeja praticar uma atividade de corrida, deve dedicar-se ao alongamento das pernas antes. Mas, independentemente do músculo que você decida trabalhar, no geral, deve-se tentar segurar a posição de alongamento desejada por aproximadamente 30 segundos. Ao alongar-se, tenha cuidado para não forçar demais, pois pode acabar levando à micro rupturas e cicatrizes no músculo. Finalmente, quando estiver se alongando, lembre-se de respirar, e se você sentir qualquer dor, pare imediatamente ou relaxe a sua posição.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Bolinhos de Batata e Queijo

Bolinhos de Batata e Queijo
02 e ½ xícaras (chá) de batata amassada
02 ovos com as gemas separadas
01 xícara (chá) de queijo ralado
Sal e pimenta a gosto
Pré-aqueça o forno a 180°C.
Misture a batata já cozida e amassada com as gemas e o queijo ralado e tempere com o sal e pimenta.
Bata as claras em neve e misture à massa de batata.
Despeje colheradas da mistura sobra uma forma forrada com papel manteiga.
Asse em forno pré-aquecido a 180ºC por 15 a 20 minutos até que as bolinhas fiquem firmes e douradas.
Retire do forno e bom apetite

Gostei de ler e compartilho -Martha Medeiros

Por Martha Medeiros






''Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. 
Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... permita que eu escove os dentes primeiro. 
Toque muito em mim, principalmente nos cabelos e minta sobre minha nocauteante beleza. 
Tenho vida própria, me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando este tipo de herança de seus pais. 
Viaje antes de me conhecer, sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude.
 Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. 
Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa. 
Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e, não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada. 
( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?). 
Seja mais forte que eu e menos altruísta! 
Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço..."

Martha Medeiros

Nunca se diga inútil.

     
Indicação de Amigo                                                      
        Por agora; você não é um anjo, no entanto é capaz de ser uma pessoa reta e nobre;
        Não terá santidade para mostrar, mas possui vastas possibilidade de agir, em benefício do próximo;
        Não apresenta qualidades perfeitas, contudo, você detém recursos preciosos de servir;
        Provavelmente, não lhe será possível movimentar grandes riquezas do mundo,entretanto, nada lhe impedirá o esforço de acumular tesouros de bondade no coração e irradiá-los em gestos de compreensão e de amor;
       Por fim, é provável que você ainda não conheça o que seja felicidade, mas pode adquiri-la se você quiser, aprendendo a trabalhar em favor dos outros, a entender e perdoar, encorajar e sorrir.