quinta-feira, 25 de junho de 2015

Nossa mídia é manipuladora e o nosso povo é ‘distraível’

   Nossa mídia é manipuladora e o nosso povo é ‘distraível’





A capacidade de manipular o povo pode ser conferida sempre que eles querem. E para provar isto,basta ver ou rever o que acontece cada vez que algo como o que acabamos de ver com a morte dos jovens, o cantor e sua namorada. Ou como a queda da aeronave do apresentador e sua família, ou um pouco antes outra queda  de aeronave com o filho do governador. Ou ainda as manchetes sinistras dos processos judiciais/ políticos ligados a corrupções presentes nos veículos midiáticos.
Se acessarmos o google e digitarmos a frase: ‘’Morreu em acidente de transito’’, teremos algo em torno de mais que 30 pessoas diferentes,no país inteiro, incluindo o cantor e sua namorada, policiais, estudantes universitários, aluno/soldado, motoqueiros, mulheres e homens, atropelados, idosos, crianças, enfermeiras, profissionais das mais diferentes denominações, soterramentos de trabalhadores, em fim, uma verdadeira multidão de pessoas nos deixaram nas últimas 72 horas, motivadas por tragédias semelhantes, e nenhuma delas mereceu como destaque mais que uma distraída nota, no torvelinho de notícias de nossas mídias, quando mereceram.


Você pode estar a ponto de  argumentar:” Sim, mas não eram pessoas famosas!” Certo! As outras  NÃO eram famosas!
Mas seja sincero (a), Aí onde você mora, vivendo a sua vidinha; que grau de envolvimento emocional tinha você com o jovem cantor?
Maior que com um sobrinho, cunhado, tio, avô, filho, pai, mãe, irmão, amigo de balada, escola, trabalho, igreja?
Mas se parar pra pensar, entendera de onde veio o envolvimento, que o levou a sentir-se mergulhado nessa tragédia específica, ao ponto de lhe tirar da zona comum de conforto, que  mobilizou também cerca 40 mil pessoas(segundo bombeiro, polícia civil, militar etc.), ao velório dos jovens!
 A quantos velórios de pessoas estranhas a sua vida comum você se viu motivado a se fazer presente nos últimos meses?
De onde pensa você que saiu essa necessidade premente de  estar presente  na despedida física desse caso específico?
E dos outros?
O nome disto é IDEOPLASTIA ou manipulação mental!



Duvidas?
Então reflita agora comigo:
_ Quantas vezes no dia de ontem, você ouviu boletins sobre o acidente e morte do cantor?
Se você ficou atento a esses boletins responda-me:
_Voce percebeu em algum momento que o ou a jornalista trocou o nome o cantor morto, pelo nome de um jogador de futebol vivo, cuja sonoridade dos nomes são semelhantes?
Não?
Alguém viu a isto?
Notou se ela se retratou?

Você chegou a vislumbrar as cenas do acidente?
Foi em busca de imagens deste nos sites de pesquisas?
Copiou compartilhou com os amigos nas redes sociais?
Se sentiu COMO ao fazer isto ou ver postagens dos amigos?
 
Notaram por exemplo que apesar de os outros dois acidentados sobreviventes estarem bem, permanecem lotados em uma Unidade de Terapia Intensiva, em observação, numa cidade onde falta UTIs, para usuários do SUS?
Parou pra pensar quantos enfermos em situação de risco de morte existem nesta mesma cidade a espera de uma vaga dessas?
Sentiu algo estranho pelo menos ao saber disto?
Agora diga: Você foi ou não foi manipulado pela IDEOPLASTIA MIDIÁTICA  que se abateu sobre o país no dia de ontem?
                                  

Quer saber o que é IDEOPLASTIA?
. Ideoplastia [do grego idéa= ideia, aparência + plásso ou plátto= modelar + ia]
1.      ''   Modelagem da matéria pelo pensamento
2.         A materialização do pensamento, criando formas que às vezes se revestem de grande duração, conforme a persistência da onda em que se expressam.
3.     Para maior compreensão de qualquer fenômeno  não nos será lícito esquecer a ideoplastia, pela qual o pensamento pode materializar-se, criando formas que muitas vezes se revestem de longa duração, conforme a persistência da onda em que se expressam. 
4.          Entendendo-se que os poderes_mentais são inerentes tanto às criaturas desencarnadas quanto às encarnadas, é natural que os elementos plásticos e organizadores da ideia se exteriorizem dos intermediários, como também dos companheiros que lhes comungam tarefas e experiências, estabelecendo-se problemas espontâneos, cuja solução reclama discernimento.''
            Fonte  >   http://www.guia.heu.nom.br/ideoplastia.htm




Ideoplastia
          O vocábulo ideoplastia foi criado pelo Dr. Durand (de Gros) em 1860, para designar os principais caracteres da sugestibilidade.
          Mais tarde, em 1864, o Dr. Ochorowicz o empregou para designar os efeitos da sugestão e da auto-sugestão, quando ela faculta a realização fisiológica de uma idéia, como se dá nos casos da estigmatização.
          Finalmente, o Professor Richet o propôs, quando das suas experiências com as senhoritas Linda Gazzera e Eva C.. (1912-1914), cujas experiências demonstraram, de feição nítida e incontestável, a realidade da materialização de semblantes humanos, que eram, por sua vez, reproduções objetivadas e plásticas de retratos e desenhos vistos pelos médiuns.
          Claro é que, desses fatos, dever-se-ia logicamente inferir que a matéria viva exteriorizada é plasmada pela idéia.
          E aí está a exata significação do termo ideoplastia, aplicado aos fenômenos de materialização mediúnica.
E a substância viva, exteriorizada e amorfa, sobre a qual se exercem as idéias forças, inerentes à subconsciência do médium, foi designada por ectoplasma, pelo mesmo Professor Richet.
          Em homenagem à verdade histórica, devo consignar que as materializações ideoplásticas já eram conhecidas de meio século antes e despertaram de modo especial a atenção dos investigadores.
          Quanto à substância ectoplásmica, essa era já conhecida dos alquimistas do século XVII, assim como de Emanuel Swedenborg.
Efetivamente, o Dr. N. B. Wolfe fala longamente de materializações ideoplásticas, na sua obra: Starting Facts in Modern Spiritualism (1869).
          De substância ectoplásmica falam dois grandes alquimistas, quais Paracelso, que a denominou Mysterium Magnum, e Tomas Vaogan, que a definiu por Matéria Prima.
          Este último tinha-a provocado pela transudação do corpo de sua mulher.
          Quanto a Swedenborg, parece que experimentou consigo mesmo, visto que, em sua primeira visão iniciática, nos fala de “uma espécie de vapor que lhe saía de todos os poros, um vapor d'água assaz visível, que descia até roçar no tapete”.
          Ainda que de ideoplastia não se falasse senão mais tarde, depois de alguns anos, ela estava realmente subentendida, desde a época em que se obtiveram os primeiros fenômenos de materialização, visto que os fantasmas materializados apareciam envoltos em véus, o que demonstra que o pensamento e a vontade são capazes de plasmar a matéria, criando tecidos.
          Pouco importa fossem pensamento e vontade agentes atribuídos a defuntos ou a vivos, de vez que, em ambos os casos, se tratavam, a despeito de tudo, de uma forma plástica inerente à idéia.
          Na ordem das manifestações naturais, sejam fisiológicas ou patológicas, sempre se conheceram categorias de fenômenos que deveriam fazer pressagiar a existência de propriedades plásticas e organizadoras no pensamento e na vontade subconscientes.
          Assim, por exemplo, no caso do “mimetismo” de algumas espécies animais, e nos de “novi” e estigmas, da espécie humana.
Limitar-me-ei, nesse sentido, a transcrever uma página do Dr. Gustave Geley, na qual se encontram ligeiramente resumidas essas manifestações.
          Em seu livro Do Inconsciente ao Consciente, escreve ele à pág. 63:
“Os fenômenos de estigmatização, de modificações tróficas cutâneas por sugestão, não passam de fenômenos elementares de ideoplastia, infinitamente mais simples, posto que da mesma ordem, que os fenômenos de materialização.
As curas ditas miraculosas são frutos da mesma ideoplastia, orientada por sugestão ou auto-sugestão, num sentido favorável às reparações orgânicas e concentrando em tempo dado, nesse sentido, toda a potencialidade do dinamismo vital.
É preciso notar que a força ideoplástica subconsciente, reparadora, é muito mais ativa nos animais inferiores do que no homem, e isto indubitavelmente porque, neste último, a função cerebral avassala e desvia, a seu proveito, a maior parte da força vital.
Não há nenhum milagre no retorno acidental à organização humana, de ações dinâmicas e ideoplásticas, que constituem regra na base da escala animal.
Os fenômenos de mimetismo, tão uniformemente freqüentes nos animais quanto misteriosos em seu mecanismo, também se podem explicar pela ideoplastia do subconsciente.
O instinto provocaria, nesse caso, simplesmente a ideoplastia num sentido favorável, e os efeitos desta última seriam, a seguir, facilitados e fixados pelos fatores de seleção e adaptação.”

FONTE: http://www.vademecumespirita.com.br/goto/store/texto/128/ideoplastia

*No caso presente relacionado com as mídias, sabedores ou não (?), introjetam de forma constante e dosada uma mensagem que vai digamos assim, somando os espectadores, e os resultados estão aí para quem quiser ver e compreender como funcionam os mecanismos manipulatórios de massas!

A cada novo evento, as mídias ( seus responsáveis) podem medir o grau de aliciamento popular. 

sábado, 20 de junho de 2015

Que exemplo você quer dar para os seus filhos?



Muito do que sou hoje, sou o reflexo da minha mãe.

“Não jogue lixo na rua, ceda seu lugar no ônibus para uma pessoa mais idosa, não maltrate os animais, não grite, não desrespeite as pessoas…”

Que tipo de atitude tem mostrado aos seus filhos?
Eles serão seu reflexo no futuro próximo.



~ Guta ~


sexta-feira, 19 de junho de 2015

Aniversário de Ribeirão Preto, 159 anos




















Há exatamente 45 anos me mudei para Ribeirão Preto, cidade de meus avós paternos.



Vim emburrada e triste por ter que deixar para trás meus amigos de infância da tão querida Araguari.


Hoje, não saberia viver noutro lugar!




Aprendi a amar esta cidade e seu povo.


Sou grata a Deus por cada dia aqui vividos, por cada lição aprendida, e pela oportunidade de poder contribuir de forma singela pelo bem estar da comunidade onde vivo.

Em mais um aniversário, minhas preces são elevadas ao Criador, com gratidão, mas também com pedidos por cada morador, pelos administradores, pelos nossos jovens, nossos anciãos, e por toda forma de vida que aqui palpita.



Obrigada Ribeirão Preto!



Fonte de imagens: https://www.facebook.com/culturarp


19 de junho Dia do Cinema Brasileiro




O Dia do Cinema Brasileiro é celebrado em 19 de junho. Essa data foi escolhida porque remete àquele que teria sido o primeiro dia em que foram feitas imagens a partir da tecnologia do cinematógrafo no Brasil, isto é: o dia 19 de junho de 1898. Tais imagens foram gravadas a bordo do navio Brésil, que havia saído de Boudeaux, na França, onde o italiano Afonso Segreto tinha acabado de fazer um curso sobre a operação do cinematógrafo e, de lá, acabou trazendo um dos equipamentos para o Brasil. As imagens capturaram o cenário da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
Alguns historiadores contestam o fato de que Afonso tenho feito as primeiras imagens cinematográficas no Brasil, alegando que, um ano antes (em 1897), na cidade de Petrópolis, alguns filmetes podem ter sido gravados a partir do uso de um modelo de cinematógrafo criado pelo cientista americano Thomas Edison. A despeito de quais tenham sido as primeiras imagens de cinema gravadas no Brasil, o fato é que o sobrenome “Segreto” tornou-se sinônimo do pioneirismo no cinema do Brasil.
Afonso Segreto foi impelido por seu irmão, Paschoal Segreto, que também havia se estabelecido no Brasil, a viajar para vários lugares do mundo a fim de especializar-se nas técnicas do cinematógrafo. Sabemos que as primeiras máquinas produtoras de imagem em movimento datam da segunda metade do século XIX, sendo as mais famosas a de Thomas Edison, já citada, e a dos irmãosLumière, da França. Paschoal Segreto, que era empresário do ramo do entretenimento, com forte interesse em teatro, logo se interessou também pelo cinematógrafo e acabaria criando a primeira companhia produtora de filmes e a primeira revista especializada em cinema do Brasil.
Nos primeiros anos do século XX, os irmãos Segreto filmaram dezenas de filmes, dando assim os primeiros passos para assentar as bases do cinema no Brasil. Nas décadas seguintes, outras personalidades destacaram-se na produção cinematográfica. Nos anos 1930, Humberto Mauro destacou-se com filmes como “Ganga Bruta” e “Alô, Alô Carnaval”, desenvolvendo o gênero da “chanchada”, que teve ampla aceitação popular.
Nas décadas de 1940 e 1950 o cinema prosseguiu com a criação dos primeiros estúdios profissionais, como o “Vera Cruz”, muito inspirado nas produções de Hollywood, que começavam a ganhar o mundo nessa época. Nas décadas de 1960 e 1970, o cinema brasileiro teve uma grande guinada criativa por conta do “Cinema Novo”, inspirado no “Neorealismo Italiano” e na “Nouvelle Vague”francesa, tendo como representantes principais: Ruy Guerra, Luís Sérgio Person,Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Joaquim Pedro de Andrade.
Além desse tipo de produção, houve também o desenvolvimento do cinema de entretenimento associado a canais televisivos, como a Globo Filmes. Nos anos 1990 e 2000, uma nova leva de filmes de corte criativo com destaque internacional apareceu no Brasil, sobretudo nas pessoas de Carla Camuratti,Walter Salles, Fernando Meirelles e José Padilha. Todo esse percurso do cinema brasileiro deve, direta ou indiretamente, ao empreendimento dos irmãos Segreto, daí o dia de homenagem ser creditado ao dia em que Afonso Segreto fez suas gravações na Baía de Gauanabaa.

Por Me. Cláudio Fernandes

Fonte:http://www.brasilescola.com/busca/?q=datas+comemorativas

Machismo, lgbtfobia e racismo da ESALQ -O que h

O que está acontecendo com nossos jovens Universitários?
O que podemos esperar deles?
O que receberam de educação em seus lares?


Por  Élice Botelho


Antes de ontem estava no C.V. e alguém, que não me recordo, me chamou pra ver uma coisa em um dos murais. Quando vi, percebi que o nível de machismo, lgbtfobia e racismo da ESALQ não param de piorar.
Há boatos de que esse cartaz foi feito em duas repúblicas masculinas, e que todos os bixos que vão lá pegar ração na hora do almoço/janta escrevem o nome de alguma menina nas colunas. Pensei que a CPI de Violação de Direitos Humanos das Universidades Estaduais Paulistas tivesse alertado as pessoas, mas a prova mostra que na verdade tem gente que ta no caminho oposto. 
O que me chama mais atenção, sem dúvida, é o "teta preta". Sendo mulher e negra fico me perguntando o que tem de errado, a ponto de ser usado como uma "brincadeira" que em tese é para "zoar" algum aspecto negativo de alguém, o fato de se ter a teta preta. Além do próprio termo "teta", como se fosse de algum animal. Sinto em lhes informar, mas mulher negra tem os mamilos/bicos do peito/peitinhos/TETA preta sim. Que diacho de cor teria? Rosa? 
De novo vejo alguma característica da mulher negra sendo utilizado como ofensa, por que o corpo da mulher negra é extremamente objetificado. Porque o bonito continua sendo a pele branca e macia, os mamilos rosados e o cabelo liso. E eu lhes digo que BASTA! 
Basta por que são coisas como essas que fazem muitas mulheres negras terem a auto-estima extremamente baixa, se sentirem solitárias, não serem desejadas e acabarem não se relacionando. Basta por que cotidianamente diversas mulheres negras negam seu próprio corpo por saberem que nunca se enquadrarão nesse padrão europeu. Basta por que cotidianamente milhares de mulheres negras negam sua própria cor e cultura e SOFREM!
Se para as mulheres brancas a padronização da beleza já é triste, para as mulheres negras essa dor vem em dobro com o racismo. 
Além disso, falar que uma menina tem a buceta fedida é misoginia! É repulsa às características femininas, além de também ser extremamente higienista. Buceta tem cheiro, tem gosto, e naturalmente tem pelo. E o mais incrível é que pinto também, e nem por isso há motivo de chacota.
São por coisas assim que milhares de mulheres possuem extrema dificuldade de conseguirem ter prazer sexual, que negam suas características e o seu prazer em prol do prazer masculino, do falocentrismo.
E não dá pra deixar batido o "Sociedade do Anel" (que também possui nome de homens). Obvio que não era de se esperar menos, visto a cultura "agroboy" que tem na ESALQ. Pra ser Agronomia tem que ser Macho, e é Macho com M maiusculo, que é pra deixar bem claro. "Se não pegar ninguém na balada é viado."
Sem dúvida esse tipo de atitude influencia para que a ESALQ seja esse campus extremamente heternormativo, onde as poucas LGBT's que aparecem em sua maioria se escondem por trás dos padrões heterossexuais de comportamento para serem mais aceitas.
Observo a rotina da ESALQ e me pergunto onde moram a maioria das LGBT's existentes aqui, por que dificilmente as vejo nos locais públicos de sociabilização, na recepção dos ingressantes, no C.V. na hora dos intervalos, na maioria das festas, na maioria das repúblicas. As LGBT's da ESALQ ainda ainda se escondem...
Enquanto isso, o que deve ser feito para melhorar a imagem da ESALQ por causa dos vários casos que surgiram durante a CPI é fazer doações para instituição de caridade. 
Em primeiro lugar, para se limpar a imagem da ESALQ é necessário combater as opressões! É necessário haver campanhas institucionais de conscientização sobre esses assuntos. É necessário que as pessoas parem de olhar para seu próprio umbigo e comecem a pensar que muitas coisas que fazemos podem ofender e magoar outras pessoas, e que piada não camufla opressão. Vejam como estão em situação de privilégio e PAREM!
Acima de tudo isso, é necessário haver coletivos auto organizados para pautar coletivamente, e com muito mais força, as reivindicações daqueles que são de fato oprimidos. Somente a luta coletiva muda a vida, e se não for quem realmente sofre determinada opressão reivindicar seus direitos, não serão aqueles que estão em privilégio que o farão, como pode ser bem observado. Somente nos organizando e lutando com muitos outros iguais a nós é que conseguiremos avançar para uma ESALQ, e também uma sociedade, mais igualitária e justa, onde a diversidade seja um ideal e não um defeito.

sábado, 13 de junho de 2015

ENTREVISTA DA DILMA NO PROGRAMA DO JÔ SOARES [COMPLETO] 12/06/2015


O ar désolé de William Waack no Jornal da Globo ao anunciar a próxima atração era uma pista para o que viria a seguir: o apresentador Jô Soares em um encontro para lá de amistoso com a presidente Dilma Rousseff no palácio da Alvorada. E “o gordo” já começou dizendo a que vinha: fazer uma entrevista-desagravo à presidente, que está sendo alvo, disse, de uma campanha “absurda” por parte de gente que não se conforma com o resultado da eleição.
“Eu comecei a ter uma reputação de petista fanático porque saí em sua defesa quando começou aquela onda absurda, louca, de ‘fora Dilma’. A pessoa não acredita muito que na democracia, quando a pessoa é eleita, tem que se respeitar o voto. Saí em sua defesa, não que você precisasse, mas tem certas coisas que me deixam indignado”, comentou Jô. Ou seja, o apresentador global deixou patente que vê as manifestações como choro de perdedor. Uau.
Jornalisticamente, é preciso que se diga, a entrevista não foi lá essas coisas. Uma entrevista rende muito mais quando se faz um bom número de perguntas ao entrevistado (não necessariamente ardilosas), sem deixá-lo falar tanto. Quanto maior a variedade de temas, mais variada, claro, fica a entrevista. Faltaram diversos temas, em minha opinião, principalmente provocações sobre a relação entre Dilma e os detentores do poder no Congresso, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado, Renan Calheiros. Jô só tocou no nome delesen passant, e para criticá-losFiquei particularmente desapontada por Dilma não ter aproveitado o apoio explícito do apresentador ao imposto sobre grandes fortunas.
Mas há dois pontos a se levar em consideração: o primeiro é que Jô Soares não é jornalista e sim um entertainer – que tem, atenção, a “permissão” de se posicionar politicamente, ao contrário dos jornalistas, nos meios tradicionais. O segundo é que o objetivo dele com a entrevista não era colocar Dilma na parede, coisa que vimos à exaustão toda vez que ela apareceu diante das câmeras respondendo a jornalistas brasileiros –no Jornal Nacional, então, nem se fala. O objetivo de Jô era mostrar como Dilma pensa e como quer governar o País. E, neste aspecto, é possível dizer que foi a primeira entrevista que a presidente deu desde que se elegeu em 2010 em que pôde fazer isso. Todas as entrevistas de Dilma no Brasil tinham ar de duelo, normalmente concedidas no calor de uma campanha eleitoral.
Jô Soares, ao contrário, levantou a bola para Dilma cortar em praticamente todas as perguntas. À vontade, sem ser interrompida, a presidente, mesmo com a prolixidade habitual, pôde explicar o que tem feito e quais são suas metas para os próximos quatro anos. E, diferentemente da Dilma “marionete” de Lula que pintam, sobressaiu uma governante segura do que tem na cabeça. Para exasperação de seus opositores, Dilma transmitiu uma imagem de mulher extremamente preparada para o cargo. Quer você goste dela ou não, ficou bastante óbvio que ela não está ali por acaso e sabe exatamente o que está fazendo. Se você não concorda com o que ela está fazendo (e aqui incluo a esquerda que votou nela) é outra história, mas que ela tem a coisa clara na cabeça, tem.
A entrevista de Dilma Rousseff ao Jô foi praticamente um anti-panelaço: contra os que quiseram calar a presidente pelo grito, o entrevistador mais famoso do Brasil lhe ofereceu voz.  Elogiou seu gosto pela leitura, mostrou-se admirador de sua passagem pela luta armada durante a ditadura e não disfarçou sua confiança no projeto de governo dela. Jô gosta muito de Dilma, simpatiza com a pessoa dela, isso ficou evidente. O recado foi dado à emissora onde trabalha: “Vocês não gostam dela, mas eu gosto e vão ter que me engolir”. Aos 77 anos de idade e 54 anos de carreira, Jô Soares pode fazer isso. Para culminar, terminou a entrevista com um galanteio hilário à presidente em pleno dia dos namorados, antes de beijar sua mão: “Foi bom para você também?” E foi bem isso mesmo, um “beija-mão”. Jô estava ali para ser um gentleman com Dilma.
Na manhã seguinte à entrevista, as redes sociais estavam ouriçadas. Os“defensores da liberdade de expressão” de costume atacavam Jô Soares sem o menor respeito. “Fim de carreira”, “sem caráter”, “petralha”, “sempre foi fraco”, além dos xingamentos impublicáveis característicos ao grupo. Não poderiam faltar as acusações de que Jô “recebe dinheiro” do PT: a captação pela Lei Rouanet para a montagem da peça Troilo e Cressida, de Shakespeare, foi transformada imediatamente em suborno. Gente capaz de vender sua ideologia por 30 dinheiros acha que todo mundo faz o mesmo.
Pois eu achei uma atitude muito corajosa de Jô Soares de fazer este desagravo a Dilma, ainda mais em plena TV Globo, emissora que integra a oposição midiática ao PT e a seu governo. Jô demonstrou que não está disposto a abrir mão de suas convicções, ainda que isto lhe resulte em linchamento por parte de gente que aprova linchamentos. Coragem é sempre algo admirável em um personagem público.
Origem deste artigo(http://socialistamorena.com.br/)
Assista à íntegra da entrevista 

ENTREVISTA DA DILMA NO PROGRAMA DO JÔ SOARES [COMPLETO] 12/06/2015


O pescador e o Turista - Conto

Muitas vezes trabalhamos tanto, mas tanto, que chegamos a adoecer. A cabeça dói, o corpo reclama, a paciência diminui. Mas já parou para pensar o objetivo de tudo isso? É para ser rico? Ter uma aposentadoria tranquila? Quantas vezes lamentamos “quando eu aposentar, eu faço”.






Esse texto do Conto do Pescador Mexicano fala sobre a importância de pensar o que queremos no nosso futuro. Em muitos casos, nós já podemos ter o que queremos: família unida, amigos reunidos, uma vida tranquila. É um texto para refletir sobre as decisões e a consequência que cada escolha terá na nossa vida.

pescador

O PESCADOR MEXICANO E O TURISTA AMERICANO

Um turista americano estava no píer de uma pequena aldeia na costa mexicana, quando um barquinho, trazendo apenas um pescador, atracou. O humilde homem tirava da embarcação uma grande quantidade de atuns avantajados.

O turista elogiou o pescador pela boa qualidade dos peixes e perguntou a ele quanto tempo demorou para fisgar os exemplares.

O mexicano respondeu timidamente: “Não demorou muito, não.”

O americano, intrigado, perguntou: “Por que você não ficou mais tempo pescando para conseguir mais peixes?”

E o mexicano respondeu: “Essa quantidade é suficiente para eu sustentar a minha família e comprar o que preciso.”

O turista retrucou: “Mas o que você faz com o resto do seu tempo?”

O pescador mexicano disse: “Eu durmo até tarde, pesco um pouco, brinco com minhas crianças, faço a siesta com minha esposa, dou uma volta na aldeia todas as manhãs, onde eu tomo um golinho de vinho e toco violão com meus amigos. Eu tenho uma vida bem cheia e ocupada.”

O turista zombou do pescador e disse: “Eu posso te ajudar. Preste atenção: se gastar mais tempo pescando, você terá lucro e poderá comprar um barco maior. Com os lucros do barco maior você poderá comprar várias embarcações. De repente, você terá uma frota de barcos de pesca. Em vez de vender o que pegou para um comprador intermediário, você venderá diretamente para o consumidor, e poderá até abrir sua fábrica de enlatados. Você poderá controlar o produto, o processamento e a distribuição. Você poderia deixar esta pequena aldeia e se mudar para a Cidade do México, depois para Los Angeles e pode até morar em Nova York, onde dirigiria o seu empreendimento, sempre em expansão.”

O pescador mexicano perguntou: “Mas quanto tempo isso demoraria?”

O turista respondeu: “De 15 a 20 anos.”

“Mas e depois?” – Perguntou o mexicano.

O turista riu e disse entusiasmado: “Essa é a melhor parte. Quando chegar o momento, você pode vender a sua empresa, e ficará muito rico. Você ganhará milhões de dólares.”

Sem entender o entusiasmo do americano, o pescador perguntou: “Milhões? Mas… e depois disso?”

O americano disse: “Depois você se aposenta. Se muda para uma pequena aldeia na costa pesqueira, onde poderá dormir até mais tarde, pescar um pouco, brincar com seus filhos, fazer a siesta com sua esposa, andar pela aldeia todas as manhãs, bebericar um pouco de vinho e tocar violão com seus amigos.”

– autor desconhecido –

~ Guta ~
https://viversempressa.wordpress.com/category/historias-que-inspiram/

terça-feira, 9 de junho de 2015

Parada do Orgulho Gay, O que diria JESUS sobre tudo isso?









Acordei com o Facebook em chamas por conta da Parada Gay e da transexual crucificada como Jesus. Fui lendo ponto a ponto cada opinião a respeito e a diversidade da minha TL é meu maior tesouro nessa guerra da comunicação.
Vi gente postando imagens do jogador de Futebol Neymar, também crucificado na capa da Revista Placar. Me lembrei de uma capa de uma Revista de música onde meu parceiro e amigo Gabriel O Pensador também estava sendo crucificado.
A imagem de Jesus determina muitas funções na vida das pessoas. Fé, dor, transcendência, iluminação, revolta, transgressão.
Jesus foi um revolucionário. Um homem que pregava o AMOR e foi crucificado por conta de suas ideias subversivas. HOMENS escreveram um livro, o chamaram de sagrado e fundaram uma religião, que depois por razões políticas e econômicas se partiu em vertentes que atuam até hoje ajudando muitas pessoas e confundindo muitas outras.
Conversando com uma amiga evangélica, que se converteu e atualmente é uma ferrenha pregadora, lembrei de que os EVANGÉLICOS não cultuam imagens, que segundo a interpretação deles da bíblia, Deus não permite que os homens reverenciem ídolos de barro. Os mais radicais andaram quebrando Santos Católicos por ai - alguém se recorda? Nos templos protestantes - Não existe a imagem de Jesus Crucificado.
A intolerância, o ódio, a facilidade com que toda e qualquer tipo de notícia ou opinião é disseminada nas redes sociais, faz com que os exércitos se municiem para defender seus pontos de vista.
Se o Papa vem com um discurso progressista que vai ganhando a simpatia de quem antes não tinha mais interesse e nem paciência para o Sermão dos Católicos, na contra-mão vem os pastores populares como Feliciano e Malafaia descarregando suas metralhadoras de Raiva e desamor contra os homossexuais.
Me parece lamentável que em 2015 ainda estejamos discutindo o AMOR de uma maneira tão VIOLENTA. 

Se os religiosos cuidassem apenas de sues seguidores e deixassem a sociedade LIVRE de suas verdades absolutas para que cada qual pudesse seguir o que lhe fosse conveniente e sincero, metade dessas confusões seriam evitadas.
Se uma parte de mim acha que é preciso respeitar a crença, os símbolos sagrados daqueles que encontram nas religiões o caminho, a outra parte diz que os religiosos também precisam PARAR de cagar regras num país LAICO e deixar de se meter na vida, na família e na forma como as pessoas se amam.
Em suma, o que diria JESUS sobre tudo isso?
Será que ele ficaria ofendido com a sua imagem sendo usada por um transexual crucificado - assim como ele e milhares de outros foram mortos JUSTAMENTE PELA INTOLERÂNCIA da época?
A imagem é forte!
Tão forte quanto as milhares de imagens de Gays que são espancados, mortos, desfigurados e perseguidos diariamente por suas orientações sexuais. 

Tão forte quanto o ódio que está sendo cultivado nesse momento de TREVAS que estamos vivendo.
Concluo que diante dos fatos, Jesus Cristo se sentiria mais ofendido em ver pessoas usando o nome dele para pregar ódio e perseguição, do que pelo fato de alguém estar usando a imagem de sua crucificação que foi causada justamente pela intolerância, para mostrar que estamos chegando a níveis perigosos de falta de amor.
Feliciano não pode cobrar NADA EM RELAÇÃO A IMAGENS pois isso não representa suas crenças.
Mas compreendo o choque dos cristãos tradicionais com a foto, assim como entendo o objetivo de quem se propôs a fazer tal chamado.
A verdade é que tem mais gente interessada em colocar lenha na fogueira do que entender que não resolveremos NADA enquanto não formos capazes de respeitarmos os espaços de cada um.

 Fala se tanto em respeito…
Mas é artigo em falta no mercado de modo geral, principalmente por parte de quem tem como ícone um homem que pregou o AMOR acima de tudo e ai a resposta vem pesada



Tico santa Cruz
Sobre o autor:  (Músico, compositor, escritor, Ativista e criador da banda Detonautas Roque Clube.

"Fernando Leonardo Originalidade faz de você sua marca registrada. Não posso negar que você é o ser humano que mais admiro nos dias atuais, pois você realmente transmite um pensamento totalmente diferente do comum. É isso que faz de você um grande homem. É isso aí Tico Santa Cruz"


sábado, 6 de junho de 2015

Aventuras de um novo amanhecer!

O dia amanhecia, lá fora o Sol que podia ser visto pelas frestas das telhas. Ella, espreguiçou languidamente , afastou a coberta, estirou as pernas para fora da cama, e já sentada esfregou os olhos. Sentiu o cheiro do café, e ouviu atentamente os sons vindos  da cozinha, onde sua mãe inciava o labor de  mais um dia de rotina.

Então levantou-se de uma vez, tirou a roupa de dormir, e vestiu o calção azul, herdado de algum primo paulistano. Calçou as chinelas havaianas, uma de cada cor, por que era assim que faziam para aproveitar tudo o  que podia; se uma tira arrebentasse, tirava de outra ou mesmo catava alguma que encontrada no lixo. abotoava  a sua base e pronto! Isso era apenas um detalhe. O que  importava na verdade, era ter algo para por os pés, e não pisar da cama direto no chão frio de cimento, porquê isso segunda a mãe era muito perigoso e podia causar uma 'constipação'. Ella, não sabia exatamente o que  significava, mas segundo os mais velhos, podia dar  'entrevaduras', ficar com o pescoço torto, etc. Automaticamente atendia as orientações maternas  de forma religiosa, e sem pestanejar. Pronto! Após conferir dos irmãos quem ainda  estava dormindo,  saiu do quarto que dividia  na época com mais  6 irmãos dos oito, pois o mais novinho, o ''neném da  vez'', sempre dormia no quarto dos pais. 
Na cozinha, verificou que a mãe já botara o mingau de fubá para esfriar nos velhos pratos esmaltados; um para cada um dos filhos. Ah como Ella gostava daquele momento! Sua tática era pegar o prato já meio frio, o suficiente para ter  formado uma película superficial, que ela ia curetando por baixo, e saboreando o mingau  morno e bem temperado que só a mãe sabia fazer com o fubá mimoso; o mais fino e saboroso que havia! 
 Depois do Bença mamãe! e do Deus te abençoe filha!  Ella  então saía pela  porta cozinha, indo lavar a cara lá na lavasca, ou 'batedor', espécie de lavanderia a céu  aberto, próxima a cisterna, composto de um jirau , espécie de mesa, feito de paus rústicos,e batedor,  uma  grande lasca de taboa  inclinada apoiada num tronco  fincado   no chão onde  se batia e ou esfregavam-se as roupas para remover a sujeira. 
Sobre o jirau, sempre ficava um 'bacião' de Folha de Flandre e era sobre este que se lavava a 'cara', com a água retirada do balde apoiado sobre a beirada do poço, com uma caneca feita de uma lata cuja alça fora  colocada  por algum 'folheiro' profissional que transformava latão em utensílios domésticos. 
Ella, soltou o balde para dentro do poço, e controlou o sarilho
                                                    
Manivela, feita de pau em forma de "L", presa sobre duas forquilhas, onde a corda era enrolada

 até ouvir o som do balde tocando a  água lá no fundo. Ouviu e sentiu o momento em que este adernou enchendo-se d'água. Mesmo assim,  Ella conferiu com  suave puxão, para sentir no peso, se estava  mesmo cheio. 

                     
Então, acionou o sariu, girando lentamente seu manete para frente, até vislumbrar o balde , o qual recolheu, pela alça presa  a corda, colocando-o na borda tijolada do poço. Baixou a tampa de madeira, hábito de segurança observado rigorosamente por todos da casa.                          
     
Era comum acidentes com animais ou mesmo pessoas caindo dentro de  cisternas. Ella havia perdido ainda bem  criança, uma  amiga assim, e apesar de saber que fora um suicídio, jamais deixava de  observar a regra vital.

Bom, sigamos enfim: Ella lavou o rosto, escovou os dentes com 'Dentifricio', tomou um copo da água fresca e com sabor inigualável viria a saber  depois com os anos, e foi para seu prato de mingau de fubá mimoso, o melhor fubá tirado do moinho, o mais fino.  Enquanto saboreava, via os irmãos acordando e seguindo a mesma rotina que fizera a pouco,  vindo um a um sentar-se nalgum canto com seu prato de mingau. Lá fora o sol brilhando era um convite urgente para mais um dia de aventura.
Ella, terminou seu desejum, colocou seu prato dentro do tacho sobre a mesinha da cozinha  e ainda sentindo o sabor  do mingau na boca, voou para o quintal, em busca da saída para  o campo. Iria visitar os pontos nos quais estava interessada nos últimos dias; O novo pé de mangava que descobria carregado de frutos   'de vez' (Quase maduros, num ponto específico que Ella podia determinar quantos dias estariam  bons para serem comidos); O tipo de coisa, que só se aprende vivenciando. Ella sabia como ninguém fazer essa  espécie de leitura da natureza. E por isso mesmo, costumava marcar mentalmente os pontos onde haviam frutos de vez e quanto tempo se daria o ponto exato para a coleta, e a brincadeira, era conseguir chegar primeiro, antes que outra pessoa  os colhessem, ou animal ou passarinhos  ou saboreasse. Não havia nenhuma estratégia, mas apenas uma brincadeira, cuja satisfação íntima era todo o prêmio. Nessa manhã de nossa história, Ella iria em busca da sua magabeira recentemente descoberta, detrás de um caramanchão , cujo acesso um tanto difícil protegia seu pequeno tesouro. Lá foi Ella, pela bem conhecida trilha do cruzeiro, caminho quase obrigatório para suas aventuras. Ia sozinha por enquanto, pois sabia que a qualquer momento, ouviria o tropel tão conhecido do amigo Joly, que sentindo a sua ausência, logo descobria sua pista, e saía correndo em seu encalço. Esta era também parte da brincadeira. Ella adorava esses momentos com o velho e bom amigo Joly.  As vezes, talvez por impaciência, ou a  propósito, ele latia ao longe, e  Ella respondia com um comprido assobio. Em breve ouvia o tropel e sabia que deveria sair da frente, porque  descoberta sua localização Joly vinha numa carreira desabalada só parando mais adiante de onde ela estava, e se ficasse no caminho corria o risco de ser atirada ao solo. Tudo fazia parte da brincadeira quase diária; exceção dos dias de provas na escola ou de chuva  torrencial. 
Enquanto caminhava pelo  serrado, Ella ia descobrindo pequenos detalhes pelo terreno; Coisas interessantes para a menina que adorava curtir a natureza a sua volta. Aqui, um vegetal cujo fogo ateado por alguém, apresentava um belíssimo broto no toco do tronco enegrecido pelas chamas devastadora, mas que pelo milagre da vida, ressurgia das cinzas valente como nunca. Ella acompanharia aquela nova etapa de vida. Acolá um casulo, de onde mais alguns dias sairia  mais uma linda borboleta, mais adiante, verificava se a dona aranha, que encontrara preparando nova teia já botara os ovos, que ficaria envoltos num caprichoso novelo no centro de uma teia em forma de mandala, de onde brilhavam gotas de sereno, refletindo as cores do Sol.
                                      

Seu irmão as vezes pegavam-nas, e até as levava para o quintal onde tinham muitas plantas, e ficavam ambos  monitorando o inseto, descobrindo, novas particularidades da espécie. Coisas de  garotos  mateiros!
Descobriam novos ninhos, conferiam quantos filhotes eclodiam dos ovinhos e acompanhavam o crescimento deles, até que voavam fortes e seguros.
Mas nesta manhã, Ella contava apenas com a presença do Jolly, que também fazia lá suas própria excursão, aparecendo todo festivo de vez em quando desaparecendo a seguir atras de alguma pista de teiú,um calango verde ou codorna. Não era um cachorro caçador, mas  gostava de ouriçar as codornas em seus ninhos ao rés do chão.

Calango Verde do Cerrado

Era tão fascinante, estar viva e poder desfrutar de uma manhã  como aquela, em meio ao campo, sentindo  os pés molhados pelas gotículas de sereno deixadas sob as folhas, sentir ao mesmo tempo o calor do sol despontando no horizonte, e o  restinho do frio da noite que acabara de terminar, o cantar dos passarinhos,  ou o trilar de algum grilo dorminhoco, escondido em alguma toca escura, o cheiro de toda essa mistura,da terra, dos frutos maduros, as novas flores desabrochando para  enfeitar um novo dia, e as folhas, nas quais ia tocando  enquanto caminhava, atenta a algo, ou totalmente descuidada, apenas gozando as delícias de um novo dia!
Ella não pensava nas horas, mas  sabia de alguma forma a hora de retornar para casa e cumprir suas tarefas de colaboração com a  rotina da mãe; e esta parecia saber que a filha necessitava desses momentos tão seus! 
De volta para casa, alegre e bem disposta Ella estava pronta para junto com os irmãos fazer tudo  de forma disciplinada dentro daquele lar que a recebera  por filha, com tanto carinho, liberdade com responsabilidade  e amor. 
Ah como Ella era feliz!!!
Como fora bom ser criança!!!
 Como agradecia a Deus por cada dia de vida!!!
 E como Ella sente saudades daqueles dias!!!