domingo, 14 de maio de 2017

Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo nosso Deus e Senhor

Origem deste artigo



quarta-feira, 16 de setembro de 2015


O ROSTO MATERNO DE MARIA NOS PRIMEIROS SÉCULOS DA IGREJA



Das catequeses de São João Paulo II
Na constituição Lumen gentium, o Concilio Vaticano II afirma que “os fiéis unidos a Cristo, sua Cabeça, em comunhão com todos os santos, convém também que venerem a memória antes de tudo da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo nosso Deus e Senhor” (LG 52). A constituição conciliar utiliza os termos do cânon romano da missa, destacando assim o fato de que a fé na maternidade divina de Maria está presente no pensamento cristão já desde os primeiros séculos.

Na Igreja nascente, a Maria se a recorda com o título de Mãe de Jesus. É o mesmo Lucas quem, nos Atos dos Apóstolos, lhe atribui este título, que, além disso, corresponde a quanto se disse nos evangelhos: “Não é este (...) o filho de Maria?”, se perguntam os habitantes de Nazaré, segundo o relato do evangelista São Marcos (6,3). “Não se chama Maria a sua mãe?”, é a pergunta que refere São Mateus (13,55).
Aos olhos dos discípulos, congregados depois da Ascensão, o título de Mãe de Jesus adquire todo seu significado. Maria é para eles uma pessoa única em seu gênero: recebeu a graça singular de gerar o Salvador da humanidade, viveu muito tempo junto a ele, e no Calvário o Crucificado lhe pediu que exercesse uma nova maternidade com respeito a seu discípulo predileto e, por meio dele, com relação a toda a Igreja.
Para quem crêem em Jesus e o seguem, Mãe de Jesus é um título de honra e veneração, e o seguirá sendo sempre na vida e na fé da Igreja. De modo particular, com este título os cristãos querem afirmar que ninguém pode referir-se a origem de Jesus, sem reconhecer o papel da mulher que o gerou no Espírito segundo a natureza humana. Sua função materna afeta também ao nascimento e ao desenvolvimento da Igreja. Os fiéis, recordando o lugar que ocupa Maria na vida de Jesus, descobrem todos os dias sua presença eficaz também no seu próprio itinerário espiritual. 
Já desde o começo, a Igreja reconheceu a maternidade virginal de Maria. Como permitem intuir os evangelhos da infância, já as primeiras comunidades cristãs recolheram as lembranças de Maria sobre as circunstâncias misteriosas da concepção e do nascimento do Salvador. Em particular, o relato da Anunciação responde ao desejo dos discípulos de conhecer de modo mais profundo os acontecimentos relacionados com os começos da vida terrena de Cristo ressuscitado. Em última instância, Maria está na origem da revelação sobre o mistério da concepção virginal por obra do Espírito Santo.
Os primeiros cristãos captaram imediatamente a importância significativa desta verdade, que mostra a origem divina de Jesus, e a incluíram entre as afirmações básicas de sua fé. Na realidade, Jesus, filho de José segundo a lei, por uma intervenção extraordinária do Espírito Santo, em sua humanidade é filho unicamente de Maria, tendo nascido sem intervenção de homem algum. 
Assim, a virgindade de Maria adquire um valor singular, pois coloca nova luz sobre o nascimento e o mistério da filiação de Jesus, já que a geração virginal é o sinal de que Jesus tem como pai a Deus mesmo. 
A maternidade virginal, reconhecida e proclamada pela fé dos Pais, jamais poderá separar-se da identidade de Jesus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus, dado que nasceu de Maria, a Virgem, como professamos no símbolo niceno-constantinopolitano. Maria é a única virgem que é também mãe. A extraordinária presença simultânea destes dois dons na pessoa da jovem de Nazaré impulsionou aos cristãos a chamar a Maria simplesmente “a Virgem”, inclusive quando celebram sua maternidade.


Padre Antônio Piber
Eremitério Franciscano

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